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SheUltra empodera mulheres e angaria fundos contra o cancro em corrida no Algarve

Lusa
24-10-2025 08:50h

O SheUltra, o “maior ‘trail’ feminino do mundo”, ocorre pela primeira vez em Portugal em 01 de novembro com um percurso de 44 quilómetros pela costa algarvia para angariar fundos contra o cancro e “empoderar” as mulheres.

“O SheUltra pretende criar um espaço seguro e empoderador para as mulheres. Um espaço construído com base na união, na força e no diálogo, em vez da competição”, afirmou à agência Lusa o organizador e fundador da prova, Huw Williams.

O evento, que nasceu em 2024 no País de Gales, vai ser organizado pela primeira vez em Portugal no próximo dia 01 de novembro, com um trajeto de 44 quilómetros entre a Praia da Falésia e o hotel AP Victoria, em Albufeira.

A prova algarvia vai contar com a presença da escocesa Liz McColgan (61 anos), atleta olímpica, campeã mundial dos 10 mil metros e vencedora das maratonas de Londres, Nova Iorque e Tóquio, que em 2010 foi diagnosticada com cancro da mama.

“Os objetivos para o SheUltra Portugal 2025 são simples: que todas as mulheres desfrutem da experiência, iniciem conversas abertas e honestas sobre o cancro e aumentem a consciencialização e a angariação de fundos para instituições de solidariedade”, detalhou o fundador.

Huw Williams, organizador de ultramaratonas há mais de 10 anos, decidiu criar o SheUltra depois de ter sido diagnosticado com um cancro neuroendócrino no estádio quatro (o mais agressivo), um tumor primário no intestino delgado e tumores secundários no fígado.

“As hormonas dos tumores também danificaram o meu coração, desgastando três das minhas válvulas, que foram substituídas durante uma cirurgia a coração aberto duas semanas antes do confinamento da covid-19”, recordou.

Foi durante o processo de recuperação que nasceu a ideia de criar uma prova para angariar verbas para a luta contra o cancro que fosse, também, um “evento inclusivo para todas as mulheres”.

“A cirurgia foi uma operação solidária, que me deu mais tempo, mesmo com o meu cancro a manter-se inoperável. A recuperação deixou-me muito mal, mas também me deu tempo para pensar — e foi aí que nasceu a SheUltra”, referiu.

Desde então, a prova já passou pelo Reino Unido e Itália, juntou “milhares de participantes” e angariou mais de 92 mil euros para instituições de apoio ao cancro feminino.

“Até agora, os eventos SheUltra já angariaram mais de 90.000 euros para instituições de solidariedade que lutam contra o cancro feminino e o movimento cresceu muito para além do que alguma vez imaginei. Não apenas em números, mas também na confiança, nas amizades e na abertura que criou”, destacou.

De acordo com o organizador, o SheUltra pretende dar às mulheres a “liberdade de terem um momento só para si”, lembrando que “muitas das participantes são caminhantes que se movem juntas em torno de uma causa maior”.

“É também um evento exclusivo para mulheres para que possam falar abertamente sobre a sua saúde. Para aprender, fazer perguntas, sentir-se à vontade para discutir ou verificar sinais de cancro sem constrangimento ou medo”, explicou.

O SheUltra já doou 3.000 euros e vai entregar dois manequins de treino para exames mamários ao Centro de Oncologia de Faro.

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