SAÚDE QUE SE VÊ

“Há muito pouca coisa com evidência clínica clássica para o tratamento de doentes COVID-19” – afirma diretor de Medicina Interna do Hospital de Braga

CANAL S+ / VD
01-02-2021 22:18h

Há quase um ano a tratar doentes infetados com COVID-19, António Oliveira e Silva revela que se tem feito uma aprendizagem em tempo real das terapêuticas clínicas. O diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Braga lamenta que “há muito pouca coisa com evidência clínica clássica para o tratamento de doentes COVID-19”.

Se no início da pandemia se recorria à ventilação mecânica e havia a ideia de que seriam necessários muitos ventiladores, hoje usa-se, numa primeira instância, a oxigenoterapia de alto débito, evitando os efeitos secundários da ligação do paciente ao ventilador mecânico. Segundo o clínico, o elevado número de tromboses e embolias registadas, levou também os médicos a usarem muito mais os anticoagulantes.

António Oliveira e Silva lembra que as circunstâncias que o país vive são excecionais, logo em muitos casos são adotadas medidas também elas de exceção, como seja o recurso a fármacos que já existem no mercado e que alguns estudos apontam como possivelmente eficazes no tratamento da infeção.

Sobre a Plitidepsina, um fármaco espanhol que conseguiu reduzir in vitro quase totalmente a carga viral do SARS-COV 2, em ensaios clínicos em ratinhos, o diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Braga mostra-se cauteloso. António Oliveira e Silva recorda que “já sabemos que a Plitidepsina é um fármaco seguro (para os humanos), mas é preciso comprovar a sua eficácia”, atesta.

O clínico assume ainda que “o fármaco Remdesivir frustrou expectativas”, dado que não produziu o efeito esperado no tratamento da infeção.

Atualmente a dexametasona, a oxigenoterapia e os anticoagulantes são as formas de tratamento mais comuns para os doentes, com alguma gravidade, infetados pela COVID-19.

MAIS NOTÍCIAS