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Estudantes veem curso de Medicina na UTAD como alívio para escolas sobrelotadas

LUSA
06-11-2025 18:39h

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina considerou hoje a abertura do curso de Medicina da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro uma oportunidade para melhorar a formação médica, podendo reduzir sobrecarga de estudantes noutros estabelecimentos de ensino.

“As escolas médicas estão bastante sobrecarregadas de estudantes e não há capacidade formativa para aumentar” o número de alunos, pelo que o novo curso pode representar uma oportunidade para, “por exemplo, reduzir as vagas em alguns ciclos de estudos de medicina em Portugal, através da transferência” para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Paulo Simões Peres.

O dirigente da ANEM regia assim à aprovação do curso de Medicina da UTAD na quarta-feira pelo conselho de administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

O mestrado integrado em Medicina, que se quer criar em Vila Real, foi acreditado pela A3ES, por um período condicional de dois anos.

Apesar de apoiar o curso de Medicina na UTAD, Paulo Simões Peres insistiu que “deve ser garantida também a qualidade formativa, em linha com a qualidade formativa que já existe nos cursos em medicina em Portugal”.

O responsável defendeu o reforço do Departamento de Educação Médica (DEM) na Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) e a criação de um centro de simulação.

“Achamos que é algo que é bastante importante atualmente na formação médica, termos um centro de simulação com qualidade, que permita que os estudantes façam um ensino em simulação”, afirmou, sublinhando a importância de garantir confiança antes do contacto com doentes.

Paulo Simões Peres reconheceu ainda os desafios apontados pela Ordem dos Médicos, sobretudo a escassez de clínicos e docentes doutorados, o que pode “comprometer a formação” nos cursos de medicina.

O curso da UTAD, criado em parceria com a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), prevê a formação de 40 estudantes por ano.

O plano de estudos assenta o ensino em pequenos grupos, em casos clínicos e visa também a criação de um centro de simulação.

Para a implementação deste mestrado integrado, foi também preparado um sistema de transportes dos estudantes que irá ligar a universidade e a ULS, que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego e 23 centros de saúde.

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