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Moçambique quer apoio da medicina tradicional face ao agravamento de doenças

Lusa
06-11-2025 14:49h

O ministro da Saúde moçambicano, Ussene Isse, defendeu hoje o resgate da medicina tradicional como apoio à resposta do Sistema Nacional de Saúde, face ao agravamento das doenças cardiovasculares em Moçambique.

“A medicina tradicional tem um peso muito importante para os africanos”, reconheceu o ministro, durante o encontro do conselho consultivo do Instituto Nacional de Saúde (INS), em Maputo.

A posição surge na análise aos dados do Inquérito Nacional de Prevalência de Fatores de Risco para as Doenças Crónicas Não Transmissíveis (InCRÓNICA) 2024, um estudo organizado pelo INS, conduzido em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE), Ministério da Saúde (Misau) e Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo sido realizado em julho de 2024 em 126 distritos do país, para aferir o “estado de saúde dos moçambicanos".

“O InCRÓNICA-2024 mostrou, de forma muito preocupante, o agravamento de diversos fatores de doenças cardiovasculares, em particular o aumento da obesidade e a redução da prática de exercício físico”, admitiu o governante.

Ussene Isse sublinhou que o Governo quer integrar de forma estruturada os saberes tradicionais nos serviços de saúde, destacando que se deve “resgatar a medicina tradicional em Moçambique”, num processo a ser liderado pelo INS, entidade responsável pela gestão, fiscalização e regulamentação das atividades relacionadas com a geração de evidência científica de saúde em Moçambique.

O governante já tinha alertado em 04 de abril para a sobrecarga no sistema de assistência médica causada pelo tratamento das doenças crónicas não transmissíveis, que aumentaram significativamente no país nos últimos anos.

Na mesma data apontou que estas doenças, geralmente associadas a fatores como o consumo de álcool, tabaco e a falta de exercício físico, também causam "elevada pressão" sobre os serviços de atenção hospitalar em todo o país.

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