Os distribuidores farmacêuticos manifestam preocupação com o impacto da greve dos motoristas de matérias perigosas na área do acesso ao medicamento.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (Adifa), Diogo Gouveia, afirmou que as empresas de distribuição de medicamentos às farmácias pretendem “ser incluídas na lista de entidades prioritárias” para receber combustível, de forma a “não colocar em risco a acessibilidade ao medicamento”.
Diogo Gouveia adianta que a Associação de Distribuidores está ainda a trabalhar num plano de contingência para lidar com esta situação dos combustíveis decorrente da greve que começou na segunda-feira, reconhecendo que o setor da distribuição sente já alguma dificuldade.
A associação representa os distribuidores farmacêuticos de serviço completo, que asseguram em média três vezes ao dia um fornecimento às farmácias de todo o país.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos. A greve dos motoristas de matérias perigosas decorre por tempo indeterminado.