O Banco Central Europeu (BCE) pediu hoje aos bancos dos 19 países da zona euro para não pagarem dividendos ou recomprarem ações próprias enquanto durar a pandemia de covid-19, anunciou em comunicado esta instituição financeira.
De acordo com o supervisor dos principais bancos da zona euro, citado pela agência France-Presse (AFP), esta recomendação diz respeito aos dividendos devidos para 2019 e 2020, e deve ser aplicada, “pelo menos, até 01 de outubro”.
O BCE recorda que, em março, adotou medidas temporárias de alívio dos requisitos de capital ou de abordagem a empréstimos de risco, de modo a garantir que os bancos continuem a apoiar a economia.
Os países que adotaram o euro como moeda oficial são: Portugal, Espanha, Itália, Áustria, Bélgica, Alemanha, Chipre, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Eslováquia e Eslovénia.
A instituição sediada em Frankfurt, na Alemanha, acrescenta ser necessário que os acionistas dos bancos da zona euro “se juntem a este esforço coletivo”.
Os bancos também devem continuar a financiar famílias e empresas, prossegue o comunicado.
O Banco Central Europeu explicita que esta recomendação não cancela retroativamente os dividendos que já foram pagos por certos bancos para o exercício de 2019.
A nova recomendação não cancela retroativamente os dividendos já pagos por certos bancos para o exercício de 2019, especifica o BCE.
Já a Federação Bancária Europeia recomendou aos membros a suspensão dos dividendos para o exercício financeiro de 2020, mas a decisão em relação a 2019 poderá ser em função das "expectativas dos acionistas", de acordo com um documento consultado pela AFP.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).