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Provedor da Misericórdia de Arcos de Valdevez e ex-autarca PSD lamenta exonerações na ULSAM

Lusa
06-02-2025 17:11h

O provedor da Misericórdia de Arcos de Valdevez, ex-presidente PSD da Câmara local, disse hoje ter “pena” da saída da atual administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) e, apelou à “maturidade política” dos governantes.

“Tenho pena que ele [João Porfírio Oliveira] saia. Temos de ser justos. Acho que o doutor João Oliveira, ao longo deste ano, teve uma relação de proximidade, de envolvimento quer com as instituições, com as câmaras municipais indo ao encontro das necessidades que o território tem ao nível dos cuidados de saúde”, afirmou Francisco Araújo.

João Porfírio Oliveira mantém-se em funções, apesar de o Governo ter designado, na última quinta-feira, uma nova equipa, liderada por José Cardoso, para a substituir.

O provedor da Santa Casa, presidente social-democrata da Câmara de Arcos de Valdevez até 2013, que falava aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de um protocolo entre a ULSAM e a Misericórdia para a abertura da unidade de retaguarda, disse ser “importante” que nas substituições de gestores públicos houvesse “interação com as estruturas que estão no território”.

“Para além do posicionamento político outros valores deviam ser considerados. Infelizmente as coisas são o que são. Podiam ter outro tipo de envolvência e de maturidade política, que é muito importante”, destacou.

Na última quinta-feira, um comunicado do conselho de ministros refere que o Governo decidiu designar, para um mandato de três anos, José Cardoso como presidente do conselho de administração da ULSAM, Maria Helena Leite Ramalho como diretora clínica para os Cuidados de Saúde Hospitalares, António Nelson Gomes Rodrigues como diretor clínico para os cuidados de saúde primário, Luís Miguel Alves Garcia para enfermeiro diretor e Lúcia Silva Marinho como vogal executiva.

A designação da nova equipa aconteceu um ano e um dia depois de João Porfírio Oliveira ter assumido a presidência do conselho de administração da ULSAM.

Para Francisco Araújo, o administrador “merece uma palavra de reconhecimento pelo que desenvolveu e pela dinâmica que introduziu na própria ULSAM.

“Temos de ser frontais, justos. Isso é notório e evidente”, frisou.

Segundo o provedor da Misericórdia de Arcos de Valdevez “a ULSAM, neste ano, teve uma ação benéfica no território”, manifestando “disponibilidade, abertura, diálogo, cumplicidade com os agentes do território, com a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, com as autarquias e, com as instituições”.

“As evidências não podem ser negadas”, realçou.

Francisco Araújo adiantou ter “uma postura frontal” relativamente às necessidades do distrito de Viana do Castelo, defendendo “o que é importante para esse espaço territorial”.

“Isso está acima do posicionamento político. Toda a gente sabe qual é o meu posicionamento político. Não vou dizer que não é. Sou social-democrata, mas tenho, acima de tudo, uma visão do que é o território

Na última sexta-feira, menos de 24 horas depois da designação em conselho de ministros do novo conselho de administração, a ULSAM revelou que o enfermeiro diretor designado pelo Governo, Luís Garcia, está a ser alvo de um inquérito interno por assédio sexual em contexto laboral.

“Tendo em conta a gravidade das alegações e a responsabilidade da instituição no apuramento dos factos, foi a 30 de janeiro instaurado um processo de inquérito interno com caráter de urgência”, adiantou a ULSAM à Lusa.

Foi “nomeado um instrutor externo à instituição para acompanhar o processo”, acrescentou a ULSAM.

Também a PSP de Viana do Castelo confirma ter recebido uma queixa por assédio sexual numa unidade de saúde, mas sem indicar as identidades do agressor e da vítima.

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