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Deputados do PS/Porto defendem recondução da administração da ULS Gaia/Espinho

Lusa
28-01-2025 14:22h

Os deputados do PS do distrito do Porto defenderam hoje a recondução da administração liderada por Rui Guimarães no Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE), afirmando que demonstrou "competência e resultados".

"Se o Governo, ao nomear a nova administração do hospital Gaia/Espinho, colocar em cima da mesa competência e resultados, só tem uma decisão a tomar, que é renovar o [mandato do] atual Conselho de Administração", disse hoje o deputado João Paulo Correia, porta-voz dos deputados do PS que visitaram hoje a ULSGE e se reuniram com a administração.

Para o deputado, a administração liderada por Rui Guimarães, que concluiu o mandato no final de dezembro, "merece, sem sombra de dúvida, continuar em funções", e, caso tal não aconteça, isso "não é inocente".

"O Governo não só tem interrompido o mandato de muitas administrações hospitalares como aproveita, sempre que uma administração conclui o seu mandato, para nomear uma nova administração, só por conta de uma agenda partidária. Sabemos que mais de metade dos nomeados são pessoas ligadas ao PSD e ao CDS", disse aos jornalistas no final da visita.

Para João Paulo Correia, também candidato do PS à Câmara de Gaia, ao tudo indicar que "a decisão do Governo não será essa", o executivo "foge de confirmar que propôs uma nova administração que não reconduz nenhum elemento da atual administração".

Na segunda-feira, quase meia centena de diretores de serviço da Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho (ULSGE) reiteraram “muita preocupação” face à possível substituição do atual conselho de administração, insistindo que o desempenho e o mérito devem prevalecer.

Em declarações à agência Lusa, o diretor de imagiologia da ULSGE, Pedro Sousa, um dos signatários de um abaixo-assinado enviado à tutela e à Presidência da República, disse que “há uma preocupação crescente” nesta unidade de saúde face à possível saída da equipa liderada por Rui Guimarães, cujo mandato terminou em dezembro.

“Os indícios de que a tutela pretende mudar o conselho de administração são cada vez maiores e daí a intensificação do apelo que queremos passar (…). O que aqui está em causa é a recondução, ou não, da equipa do doutor Rui Guimarães. Se essa equipa não tivesse tido um bom desempenho, obviamente que não tinha havido este movimento quase unânime de apoio a este conselho de administração”, disse o médico radiologista.

À Lusa, um dos promotores do abaixo-assinado que seguiu para Marcelo Rebelo de Sousa, mas também para o gabinete do primeiro-ministro, da ministra da Saúde, bem como para a Direção-Executiva do SNS, disse ter conhecimento de que deu entrada, “há uma semana”, na Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) a lista para o novo conselho de administração da ULSGE, uma lista feita sem ouvir a atual administração.

“Desconhecemos o teor e a composição, mas o atual conselho de administração não foi auscultado e isso não é um bom indício. Não compreendemos”, referiu Pedro Sousa.

Este é o segundo-abaixo assinado sobre o mesmo tema enviado à tutela em menos de meio ano.

O primeiro, enviado em julho, foi assinado por diretores de serviço clínicos, bem como por não clínicos, num total de quase seis dezenas de nomes.

Para o deputado João Paulo Correia, "é uma boa oportunidade para o senhor Presidente da República também mostrar que não ficou insensível à carta que lhe foi dirigida pelos diretores do hospital Gaia/Espinho e que diligenciasse junto do Governo para que a atual administração fosse reconduzida".

Na semana passada, também o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, considerou “incompreensível” que estejam a ser equacionadas mudanças na administração da ULSGE e pediu uma reunião urgente à ministra da Saúde.

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