Mais de 350 pessoas recorreram, desde dezembro, aos gabinetes de apoio psicológico instalados nas Juntas de Freguesia de Vila Nova de Gaia, um serviço gratuito que privilegia as famílias com vulnerabilidade financeira, disse hoje uma responsável pelo projeto.
No total, são seis os psicólogos que fazem atendimentos nas 15 freguesias de Gaia, no distrito do Porto, desde dezembro, mês em que o serviço foi implementado.
Dados remetidos à Lusa dão conta de que foram atendidas 352 pessoas e realizadas 1.617 consultas, havendo 145 processos em acompanhamento e 59 atendimentos a aguardar agendamento.
As consultas são gratuitas e têm prioridade as famílias com vulnerabilidade financeira, acrescentou Patrícia Lopes, adjunta do presidente da Câmara de Gaia.
“O objetivo é conseguir que a psicologia chegue a todos, deixe de ser um luxo e toda a gente possa ter acesso a algo que cada vez mais é necessário. Um bom acompanhamento tem implicações muito grandes na qualidade de vida e no bem-estar psicológico de cada um”, referiu a responsável.
As marcações são feitas em articulação com o serviço social das freguesias, mas os munícipes podem também dirigir-se à sua junta e inscrever-se.
Analisada a atividade destes gabinetes, constatou-se que quem mais procurou a consulta (67%) foram pessoas entre os 26 e os 65 anos, seguindo-se os maiores de 65 anos.
Entre as problemáticas mais detetadas estão a depressão (134 casos), a instabilidade emocional (84), o luto (46) e a ansiedade (35).
A criação dos gabinetes de atendimento psicológico nas 15 freguesias de Gaia enquadra-se no Feliz(Mente) – Programa Municipal de Apoio à Saúde Mental, lançado pela autarquia de Gaia em 2022.
À Lusa, Patrícia Lopes descreveu que esta necessidade foi detetada durante a pandemia da covid-19, altura em que foi criada neste concelho a Linha Gaia Mais Consigo.
“As consultas são descentralizadas e o mais próximas possível das pessoas”, destacou a responsável.
Este programa foi incluído no Plano de Ação das Operações Integradas em Comunidades Desfavorecidas da Área Metropolitana do Porto, na Ação Mais Saúde, tendo sido já aprovado.
É também objetivo do programa privilegiar o trabalho em rede, com as instituições locais e outras que sejam relevantes no contexto da saúde mental.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde consiste num “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente na ausência de doença”.