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EUA dão 230 ME aos países mais pobres e têm plano global de assistência

Lusa
23-05-2024 15:39h

Os Estados Unidos vão anunciar hoje a disponibilização de 250 milhões de dólares para a Associação Internacional do Desenvolvimento (IDA), do Banco Mundial, apoiar os países mais pobres, no âmbito de um plano global de assistência, revelou um alto funcionário do governo norte-americano.

A agência de informação financeira Bloomberg avança, citando a fonte oficial, que a verba de 250 milhões de dólares (cerca de 230 milhões de euros), disponibilizada à IDA, o braço concessional do Banco Mundial para os países mais pobres, onde estão todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) menos Angola e Guiné Equatorial, será anunciada no âmbito da visita do Presidente do Quénia aos EUA.

William Ruto está numa visita oficial a Washington, na qual pretende garantir mais apoio financeiro não só para o seu país, mas também para os países africanos, a braços com as consequências das alterações climáticas e com pouca margem para financiar a transição para energias menos poluentes.

Os EUA planeiam anunciar um plano global para ajudar os países em desenvolvimento a lidarem com o crescente fardo da dívida, particularmente à China, que é acusada por Washington de ter parado investimentos em setores críticos como a adaptação climática.

Segundo a Bloomberg, o plano terá o nome de Visão Nairobi-Washington e defenderá mais alívio da dívida por parte dos países credores e uma coordenação mais estreita dos pacotes de ajuda das instituições financeiras internacionais.

Entre os objetivos do plano está também a disponibilização de empréstimos mais transparentes e o encorajamento de mais investimentos por parte do setor privado, encarado como essencial para colmatar a falta de capacidade financeira dos governos para financiarem as infraestruturas que vão garantir o desenvolvimento económico dos países.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo do Quénia, William Ruto, vão também anunciar investimentos em energia verde e indústrias da saúde no país do leste africano e um plano para reduzir o peso da dívida, segundo a agência Reuters, que cita igualmente um alto funcionário do governo dos EUA.

Os EUA têm criticado as iniciativas chinesas de relançamento da influência no continente, como a iniciativa “Faixa e Rota”, considerando que os investimentos propostos pelos chineses em África são difíceis de pagar, e têm também tentado posicionar Washington como uma alternativa preferível.

Em concreto, o Departamento de Estado dos EUA, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros nos países europeus, acusa a China de criar uma situação "líquida negativa", em que os investimentos no continente africano são menores que os pagamentos de dívida aos bancos e instituições públicas chinesas.

Estes objetivos poderão ser facilitados depois de o Congresso norte-americano ter autorizado o governo a emprestar 21 mil milhões de dólares (19,3 mil milhões de euros) à nova janela de financiamento para os países mais pobres do Fundo Monetário Internacional (FMI), através do Fundo de Combate à Pobreza e Crescimento, criado na sequência da covid-19 para facilitar os empréstimos aos países mais necessitados.

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