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Novas mortes devido à cólera na Zâmbia que enfrenta uma epidemia de carbúnculo

Lusa
20-12-2023 08:32h

A Zâmbia, que enfrenta a pior epidemia de carbúnculo há mais de uma década, registou novas mortes causadas pela cólera, informaram hoje as autoridades sanitárias deste país da África Austral.

Quatro pessoas morreram de cólera na capital Lusaka no espaço de 24 horas, elevando para 64 o número total de vítimas desta infeção em todo o país, desde o início do ano.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Pública da Zâmbia, 46 destas mortes foram registadas na capital, juntamente com 1.600 infeções, durante o mesmo período.

A cólera, uma infeção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou de água contaminada por bactérias, está novamente a aumentar no continente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A ministra da Saúde, Sylvia Masebo, declarou que o Governo estava a distribuir cloro para purificar a água nas zonas afetadas pela epidemia e apelou à população para que respeitasse medidas de higiene rigorosas.

Estas novas mortes surgem poucos dias após a OMS ter anunciado que o país estava a enfrentar a sua pior epidemia de carbúnculo desde 2011.

Desde o início do ano, o carbúnculo - ou febre do carbúnculo - fez quatro vítimas e 700 casos suspeitos no país, segundo a OMS.

A bactéria Bacillus anthracis, que sobrevive durante décadas sob a forma de esporos no solo onde foram enterrados animais que morreram de carbúnculo ou portadores da doença, é transmissível aos seres humanos e potencialmente fatal nas suas formas mais raras.

De acordo com a OMS, 26 dos casos suspeitos na Zâmbia foram causados pela "ingestão de carne retirada das carcaças de três hipopótamos".

A organização alertou para o risco "elevado" de propagação da epidemia de carbúnculo aos países vizinhos, dada a "frequente circulação (transfronteiriça) de pessoas e animais".

Para além da Zâmbia, o Quénia, o Malawi, o Uganda e o Zimbabué também registaram casos de carbúnculo este ano, com um total de 20 mortes e cerca de 1.100 casos suspeitos.

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