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Covid-19: “Se a decisão inicial fosse de levar para os hospitais todas as pessoas com COVID, com certeza que a situação estaria muito pior.“ – afirma presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP)

CANAL S+ / VD
28-01-2021 19:57h

Um mês depois do processo de vacinação contra a COVID-19 ter arrancado em Portugal para profissionais de saúde e para os mais velhos em lares de idosos, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdia Portuguesas (UMP) lembra que o sector social, desde o princípio da pandemia, tomou conta de muitos assintomáticos.

Ao Canal S+, Manuel de Lemos afirma que “se a decisão inicial fosse de levar para os hospitais todas as pessoas com COVID, com certeza que a situação estaria muito pior”. O responsável máximo pela UMP sublinha ter existido sempre “um espírito de cooperação com o Ministério da Saúde”, mas que ainda assim muitas misericórdias viram-se forçadas a aumentar a sua capacidade, nomeadamente no número de camas, para fazer face ao avanço da pandemia em diversas regiões do país.

Nesta entrevista ao Canal S+, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) congratula-se com a inclusão dos idosos com mais de 80 anos e dos que não residem em lares no processo nacional de vacinação. Manuel de Lemos afirma que “não podemos ter a ideia que só nós (Misericórdias) é que temos pessoas frágeis”.

Sobre os desvios denunciados pelos sindicatos e pela Ordem dos Médicos em relação ao Plano Nacional de Vacinação, o presidente da UMP lembra que “na primeira norma da Direção geral da Saúde, eu acho que estava lá tudo: profissionais de saúde, idosos em lares e colaboradores dos mesmos”, recorda.

Ainda assim, Manuel de Lemos garante que “a vacinação precisa de bom senso, descrição e recato “.

O presidente da UMP admite que “nas misericórdias tivemos um gravíssimo problema com o elevado número de colaboradores infetados. (…) Vimo-nos perante um drama: quem vem tratar dos doentes e não doentes? (…) nos territórios de baixa densidade a população é aquela. Não há outra. São familiares de alguém que lá trabalha”.

Por tudo isto, Manuel de Lemos considera que “as brigadas de intervenção rápida foi uma excelente ideia, mas também traz problemas”.

Para breve, Manuel de Lemos promete apresentar novas soluções para o envelhecimento em Portugal.

Segundo o presidente da UMP “Hoje o pivot do envelhecimento em Portugal é o lar. (…), mas temos de mudar o paradigma do envelhecimento. Os recursos humanos nos lares vão ter de mudar. São precisos mais enfermeiros e médicos”, reforça.

Hoje, Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portugueses (UMP) esteve, em São Bento, com o Primeiro-Ministro para apresentar um balanço do primeiro mês de vacinação em Portugal no sector social. Na reunião com António Costa estiveram também representantes da União das Mutualidades Portuguesas, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a CONFECOOP- Confederação Cooperativa Portuguesa.

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