As forças armadas iranianas inauguraram hoje a linha de produção em massa de um ‘kit’ de diagnóstico para o novo coronavírus, uma ferramenta muito importante para controlar a pandemia do covid-19, que já provocou 2.757 mortes no Irão.
Devido às dificuldades do Irão no que toca à importação, nomeadamente face as sanções económicas impostas pelos EUA, a nova linha de produção dos ‘kits’ é decisiva para realizar mais diagnósticos e não depender de ajuda externa.
O responsável do departamento de investigação industrial do estado-maior das forças armadas, Mohamad Azizi Delshad, explicou que "estes ‘kits’ pode diagnosticar a doença com muita precisão em três horas".
Delshad apontou que começaram os seus estudos há mais de um mês, enquanto esperavam as autorizações necessárias para produzir, e que os ‘kits’ têm a mesma qualidade que os desenvolvidos em outros países e são "98% exatos e caso outros países precisem, podem ser exportados.
O Irão também está a produzir os ventiladores mecânicos tão necessários, pois a insuficiência respiratória é um dos sintomas associados à covid-19.
A vice-presidente de ciência e tecnologia, Surena Satarí, explicou que 30 ventiladores estão a ser fabricados por dia e que essa etapa foi possível graças aos investigadores locais.
Além disso, também máscaras, roupas de proteção e desinfetantes estão a ser produzidos no país, principalmente em fábricas que trabalham para o Ministério da Defesa.
O ministro da Defesa iraniano, Amir Hatami, detalhou no domingo que essas empresas parceiras produziram até agora 1,5 milhão de máscaras, 60.000 de trajes e 2,5 milhões de litros de desinfetante.
As forças armadas também disponibilizaram os seus hospitais para tratar pacientes com a covid-19 e criaram centros de convalescença com capacidade para milhares de leitos, um deles no recinto de feiras de Teerão.
Nos arredores da capital, também foi criado outro centro de convalescença para descongestionar os hospitais, embora neste caso seja uma iniciativa privada do proprietário do luxuoso Iran Mall.
No Irão, como em outros países, é difícil saber quando o pico da pandemia será superado e as autoridades já alertaram que, se necessário, prolongarão as medidas de distanciamento social ou até aumentarão as restrições.
As autoridades iranianas anunciaram hoje 117 novas mortes devido ao novo coronavírus, o que faz aumentar para 2.757 o número total de vítimas mortais da doença no Irão, um dos países mais afetados pela epidemia.
As autoridades de saúde registaram 3.186 novos casos de infeção nas últimas 24 horas, declarou Kianuche Jahanpur, porta-voz do Ministério da Saúde, na sua comunicação diária transmitida pela televisão.
No total, foram contabilizados oficialmente no Irão 41.495 casos da covid-19,a doença provocada pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200.
Dos casos de infeção, pelo menos 137.900 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.