O serviço nacional de saúde britânico (NHS) está a recrutar tripulantes das companhias aéreas para ajudarem os profissionais de saúde nos hospitais de campanha que estão a ser construídos para responder à pandemia covid-19 no Reino Unido.
A direção-geral de saúde de Inglaterra revelou hoje ter desafiado os assistentes de bordo das companhias EasyJet e Virgin Atlantic a darem apoio aos médicos e enfermeiras, tendo em conta que muitos têm conhecimentos e treino em primeiros socorros, podendo ainda ajudar noutras funções não clínicas, como mudar camas.
Segundo um comunicado hoje divulgado, a EasyJet, que hoje anunciou ter imobilizado todos os seus aviões devido ao impacto das restrições de viagem, já escreveu a todos os 9.000 funcionários no Reino Unido e a Virgin Atlantic vai começar hoje a contactar 4.000 funcionários.
Além de treino em primeiros socorros ou outras qualificações clínicas, os assistentes de bordo passaram também por controlos de segurança necessários para prestar estas funções.
“O NHS está a mobilizar-se como nunca fez antes, mas a escala deste desafio nunca foi vista em tempos de paz, por isso precisamos de todo o apoio que pudermos obter”, justificou Ruth May, diretora de enfermagem de Inglaterra.
Os novos recrutas vão ser colocados nos hospitais de campanha em construção batizados de “HMS Nightingale” instalados em centros de exposições em Londres, com capacidade para 4.000 camas, Manchester e Birmingham.
Entretanto, um apelo para voluntários prestarem assistência a pessoas vulneráveis, como entregar bens alimentares ou medicamentos a pessoas em isolamento, transportar pacientes recuperados ou dar apoio psicológico, recebeu 750.000 candidaturas, triplicando o objetivo inicial de 250 mil.
Outro apelo, dirigido a antigos funcionários do NHS recentemente aposentados ou a exercer outras funções, recebeu resposta positiva de cerca de 20 mil médicos e enfermeiros, congratulou-se hoje o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, num novo vídeo publicado nas redes sociais.
“Obrigado a todos os que estão a regressar ao NHS em número tão elevados”, afirmou, numa nova mensagem enviada pela Internet, enquanto se mantém em quarentena após ter sido confirmado na sexta-feira que contraiu a covid-19.
O Reino Unido registou até domingo 1.228 mortes de pessoas contagiadas pela covid-19, mais 209 do que no dia anterior, tendo identificado 19.522 casos positivos entre 127.737 pessoas testadas.