O rastreio à covid-19 feito a todos os idosos e funcionários de lares da cidade do Porto já arrancou, estando, numa primeira fase, a Pousada da Juventude preparada para receber uma centena de utentes, revelou hoje o município.
Numa nota publicada na sua página oficial, a autarquia revela que o programa de rastreio, lançado na semana passada, já está a ser implementado no terreno, tendo os testes arrancado no domingo.
Além da realização de testes a toda a população idosa institucionalizada, o programa inclui ainda o seu acompanhamento posterior em centros propositadamente preparados pela autarquia para o efeito.
Segundo a Câmara do Porto, "o primeiro desses centros é a Pousada da Juventude, que albergará cerca de uma centena de utentes que venham a acusar negativo na análise e não tenham condições de isolamento de infetados nos seus lares de origem".
Estão a ser, no entanto, preparados outros dois centos que receberão, numa segunda fase e caso seja necessário, mais idosos.
No Superbock Arena - Pavilhão Rosa Mota, revelava a autarquia, no sábado, estão a ser criadas áreas de isolamento e outras de acompanhamento, por forma a limitar a eventual contaminação de falsos negativos.
"Assim se evitará qualquer impasse que venha a ser criado pela existência no mesmo lar de funcionários e/ou utentes positivos e negativos no mesmo espaço, reduzindo assim o risco de contágio", salienta o município.
Além do teste a cerca de dois mil idosos, o programa inclui "uma série de ações mitigadoras e preventivas que importa implementar de imediato", pelo que o município está a pedir a colaboração dos lares com as autoridades de saúde.
A autarquia apela para que as instituições facilitem a entrada das equipas de rastreio nas instalações a fim de recolherem amostras e evitem, entre o período da recolha e o momento da comunicação dos resultados e determinação de eventuais medidas mitigadoras, qualquer contacto dos utentes ou dos funcionários cuidadores com outras pessoas.
A câmara pede ainda que colaborem no transporte dos utentes não infetados para uma das unidades de acolhimento e aceitem transferir os seus funcionários que testem negativo para esses centros municipais, onde deverão permanecer sem contacto com o exterior enquanto durar o confinamento e enquanto não estiver garantida a eventual desinfeção do lar de origem.
Se parte dos utentes testar positivo, pede-se que colaborem com as determinações impostas pelas autoridades de saúde, quanto ao encaminhamento para tratamento (hospitalar ou outro) ou permanência no lar, com o devido acompanhamento.
O município sublinha que este plano não acarreta qualquer custo para os utentes, funcionários ou para as instituições, visando unicamente a proteção dos idosos e não qualquer inspeção ao espaço ou instituição, pelo que não será partilhada qualquer informação ou dado com outras instituições ou organismo do Estado.
Os lares, explica a autarquia, deverão esperar pelo contacto das autoridades da sua área geográfica para agendar a data do rastreio e definir, caso a caso, a melhor estratégia a seguir em função dos resultados do rastreio.
O programa de rastreio a todos os lares da cidade conta com o apoio do Hospital de São João, a validação do Centro Hospitalar Universitário do Porto, estando o trabalho de recolha a cargo dos dois agrupamentos de centros de saúde da cidade.
O governo vai realizar a partir de hoje uma operação de testes de despiste da covid-19 em todos os lares de idosos nos concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda, estendendo-se depois ao resto do país, de acordo com o jornal Público.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200.
Em Portugal, no domingo, registaram-se 119 mortes e 5.962 casos de infeções confirmadas.