Rui Barros, administrador delegado do banco ABSA Moçambique, mostrou-se hoje confiante na retoma do crescimento da economia moçambicana após a crise provocada pela pandemia da doença respiratória covid-19.
Não há dúvida que irá ter um impacto sempre significativo na vida de todos nós e da economia do país", tal como à escala global, referiu.
Aquele responsável falava durante uma teleconferência de imprensa de apresentação de resultados do banco de 2019, notando que após um arranque do ano promissor, passou-se a um abrandamento.
"Estamos cientes que a curto prazo teremos grandes desafios, mas num ambiente de normalidade a economia moçambicana irá retomar o ritmo de crescimento a que já estávamos a assistir nos últimos tempos", sublinhou o dirigente.
Rui Barros mostrou-se alinhado com as medidas já tomadas pelo banco central, com vista a baixar o custo do dinheiro em Moçambique.
"O banco central já iniciou um conjunto de medidas com as quais concordamos na plenitude", mostrando-se preparado para outras: "se a situação for evoluindo, acreditamos que possam ser tomadas outras ", sem detalhar.
O Banco de Moçambique anunciou no domingo, após reunião extraordinária do Conselho de Administração, uma linha de financiamento em moeda estrangeira para as instituições do Mercado Cambial Interbancário, no montante global de 500 milhões de dólares [467 milhões de euros], por um período de nove meses.
Foi ainda autorizada a dispensa de provisões adicionais pelas instituições de crédito e sociedades financeiras nos casos de renegociação dos termos e condições dos empréstimos, antes do seu vencimento, para os clientes afetados pela pandemia.
Uma semana antes, a instituição já tinha anunciado a redução das reservas obrigatórias exigidas ao sistema bancário em moeda nacional (metical) e estrangeira.
O objetivo das medidas é "apoiar as empresas e as famílias a honrarem os seus compromissos, na sequência do agravamento dos riscos decorrentes dos impactos macroeconómicos do covid-19", justificou o regulador.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 108.900 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Durante a apresentação de resultados de 2019, feita hoje, o ABSA Moçambique anunciou que o lucro líquido perdeu cerca de um quinto do valor face ao ano anterior, sobretudo devido de separação do Barclays e à mudança de marca.
Descontando o impacto daquela operação, a queda é menor, na casa dos 12%, e deve-se a condições de mercado, com uma "redução significativa das taxas de juro", referiu Rui Barros, administrador delegado.
Aquele responsável mostrou-se satisfeito com a saúde financeira da instituição e com a "performance" alcançada face aos desafios enfrentados.
O banco Absa - nome que significa Amalgamated Banks of South Africa - tem sede em Joanesburgo, África do Sul, foi fundado em 1991 e em 2013 fundiu-se com as operações africanas do Barclays, assumindo a marca britânica, num processo revertido cinco anos depois.