SAÚDE QUE SE VÊ

“Quando olhamos para as últimas décadas, não vemos uma verdadeira política de gestão de recursos humanos” - afirma, Xavier Barreto

ANL Canal S+
12-09-2025 16:09h

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) considera não há fio condutor na política de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No programa "Efeito Placebo", Xavier Barreto, considera que as medidas “são casuísticas” e se alteram ao sabor de “ciclos políticos”.

Partindo das medidas que o ministério da Saúde anunciou recentemente para regulamentar o trabalho à tarefa, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH),  Xavier Barreto, escolheu como primeiro tema do Efeito Placebo desta semana “A gestão de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os tarefeiros”. Xavier Barreto afirma se demora “meses ou mais do que isso a aprovar um contrato individual de trabalho, mas, de um dia para o outro, autorizam-se prestações de serviços”, ou seja, para o presidente da APAH, os melhores não se sentem incentivados e premiados”.

De recordar que o ministério da Saúde pretende que os recém-especialistas que não concorram ao SNS ou que recusem colocação sejam impedidos de trabalhar à tarefa no público. A mesma regra deverá ser aplicada aos médicos que rescindam contrato, que se recusem a fazer horas extra além das obrigatórias por lei ou que peçam reforma antecipada.

Medidas que, no entender de Xavier Barreto, são positivas.

Sindicatos e Ordem dos Médicos, mostram-se contra e afirmam que o pacote de medidas para conter o trabalho à tarefa no SNS, não resolve o problema. Defendem, por outro lado, que mais médicos assinariam contrato com o SNS se existissem melhores condições salariais e de trabalho. O diploma preparado pela ministra Ana Paula Martins, terá ainda de ser discutido com os sindicatos.

O segundo tema abordado por Xavier Barreto, foi o Orçamento do Estado para 2026, com o presidente da APAH a recordar que há expectativas por cumprir, nomeadamente no que diz respeito à autonomia dos hospitais.

 

Xavier Barreto diz ainda esperar que o ministério das Finanças atribua mais dinheiro à área da saúde. O presidente da APAH considera “um mito” que “o SNS tenha mais dinheiro do que devia ter, ou que tem demasiado desperdício” e recorda que os dados mostram o contrário, uma vez que “a percentagem do PIB para a saúde ronda os 6,5%, o que é inferior à média da União Europeia (UE) e a despesa em paridade per capita está também muito abaixo da média da UE”. Comparando, por exemplo, com o sistema de saúde alemão ou o francês, Xavier Barreto considera que “o que se gasta em Portugal é muito pouco”, sublinhando que as Unidades Locais de Saúde (ULS) estão subfinanciadas, apresentam prejuízo e o financiamento não tem acompanhado.

 

 Por fim, o último tema lançado por Xavier Barreto, prende-se com a “Carreira de Administrador Hospitalar”  

O presidente da APAH considera que é preciso fazer justiça a esta carreira.

 Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, foi convidado do episódio desta semana de Efeito Placebo, um espaço de opinião do Canal S+ que pode ver todas as terças-feiras, às 21h.

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