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Covid-19: "Verdes" querem menos horas de teletrabalho para pais que dão assistência a filhos

LUSA
26-03-2020 18:00h

O Partido Ecologista "Os Verdes" quer reduzir a carga horária para pais que estejam a trabalhar em para prestar assistência a filhos ou dependentes, menores de 15 anos, ou ainda com deficiência ou doença crónica.

Os "Verdes" entregaram hoje, na Assembleia da República, um projeto de lei que visa estabelecer um "número máximo de horas diárias e semanais aos trabalhadores que se encontrem em regime de teletrabalho para prestar assistência aos filhos e dependentes", segundo um comunicado enviado às redações.

Assim, o PEV defende que a carga laboral em teletrabalho para pais neste contexto passe para um número "igual ou inferior a cinco horas" diárias e um máximo de 25 horas semanais - medidas que, a ser tomadas, seriam aplicadas "enquanto estiverem determinadas as medidas restritivas relacionadas com a covid-19".

Os "Verdes" lembram que "é exigido, em caso de teletrabalho a tempo inteiro, que o pai ou a mãe, por vezes sozinhos em casa, assegurem no mesmo horário e em simultâneo o trabalho profissional, o apoio aos filhos nos vários ciclos de ensino e por vezes também simultaneamente a bebés", juntando a estas tarefas a "preparação das refeições e o normal trabalho da casa".

"O trabalho e a assistência é quase impossível de conciliar, sobretudo quando apenas um dos pais acompanha os filhos em casa, no caso de famílias com mais que um filho e com crianças pequenas ou nos casos daquelas que têm elementos com deficiência ou necessidades especiais", acrescenta-se no projeto.

Nesse sentido, este partido ecologista considera importante garantir que nos casos em que pais se encontre, a trabalhar a partir de casa a tempo inteiro e que paralelamente estejam a tomar conta de crianças "haja uma redução do horário de trabalho para permitir o devido apoio aos filhos com menos de 15 anos ou com deficiência ou doença crónica sem que haja perda de remuneração".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).

O país encontra-se em estado de emergência até às 23:59 de 02 de abril devido à pandemia.

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