O Governo interino da Bolívia declarou na quarta-feira o estado de emergência sanitária como principal medida para combater a propagação do novo coronavírus, dado o incumprimento do período de quarentena.
Após registar 38 casos positivos da infeção de covid-19, a Presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, dirigiu-se ao país para enfatizar o incumprimento da quarentena, que aumentou o risco de contágio, justificando, assim, a aplicação do estado de emergência sanitária que hoje começou e durará até 15 de abril. A quarentena estava prevista durar até dia 04.
Assim, as forças policiais e de segurança ficam com autoridade reforçada para fazer cumprir as medidas que visam conter o contágio da covid-19.
As fronteiras foram encerradas, pelo que ninguém pode entrar ou sair do país, salvo casos muito excecionais.
Apenas as pessoas entre os 18 e os 65 anos podem sair de casa para comprar alimentos e produtos básicos, de segunda à sexta-feira. Quem não cumprir será multado.
Jeanine Áñez observou que a pena de prisão por crime contra a saúde pública é punível até 10 anos.
No passado domingo foram detidas cerca de cem pessoas por não cumprirem o período de quarentena, tendo, inclusive, um dos membros do Governo sugerido decretar o estado de sítio nos espaços onde o incumprimento era mais evidente, nomeadamente em mercados e transportes públicos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.