O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) mostrou-se hoje convicto de que a limpeza das matas para prevenção de incêndios continua a ser feita, mas admitiu constrangimentos na alocação de meios devido à pandemia da covid-19.
"Na maior parte dos municípios - como é o caso de Vila Nova de Gaia que tem essa tramitação a ser feita num misto entre os serviços municipais e entidades externas - o trabalho continua a ser feito. Admito que possam existir incapacidades ou impedimentos conjunturais. Mas há pessoas no terreno a trabalhar", disse à Lusa Eduardo Vítor Rodrigues, que é também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.
Segundo o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, o prazo máximo para limpeza dos terrenos é 30 de abril. No entanto, em 2020, a Lei do Orçamento do Estado fixou um prazo mais apertado: 15 de março último.
Questionado se atendendo ao facto de o país atravessar um período de crise ligado à pandemia da covid-19 a AMP equacionava pedir novo prazo para a limpeza de terrenos, Eduardo Vítor Rodrigues respondeu: "Vamos esperar, ver como vai evoluir o mês de abril e logo veremos".
Já na quarta-feira, em resposta escrita enviada à Lusa, a AMP declarou, através da sua comissão executiva, que esta entidade "não dispõe de coordenação e competência dos trabalhos de limpeza das matas".
Sobre esta matéria, Eduardo Vítor Rodrigues - que falava hoje à Lusa após uma reunião informal por videoconferência com os representantes dos 17 municípios da AMP, na qual foi discutida a verba e a forma de a alocar ao combate à covid-19 - disse que poderão existir dificuldades na limpeza dos terrenos, mas sem paragens.
"Admito é que não tenhamos neste momento a suficiente capacidade de coordenação para garantir que a resposta é a resposta que tínhamos previsto. Podemos ressentir-nos, mas não há paragem e continuamos a cumprir com as nossas obrigações com os constrangimentos que existem. Por muito que façamos, e mesmo que não houvesse covid-19, nunca conseguiríamos responder a tudo e agora pior", afirmou o presidente da AMP.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).