As autoridades mexicanas estão a investigar em diversos estados o aumento dos assaltos a grandes armazéns que podem estar relacionados com incitamentos nas redes sociais e quando aumentam no país os casos de infeção pelo novo coronavírus.
Hoje, a polícia da Cidade do México referiu-se a quatro assaltos em diversas zonas da capital durante a noite. Através de um comunicado, a polícia indicou que estão a ser divulgadas nas redes sociais inúmeras informações sobre falsos saques a estabelecimentos, mas que estão a incentivar outros a praticá-los.
Dezenas de pessoas saquearam na segunda-feira uma mercaria no estado do México e durante a noite foi assaltado um estabelecimento no estado de Oaxaca (sul). A polícia garantiu que está a reforçar a vigilância durante o atual estado de emergência, motivado pela propagação da pandemia da covid-19.
Algumas das mensagens exortavam o assalto a caixas de supermercados, mercearias e outros estabelecimentos para obter alimentos e outros produtos relacionados com o surto do novo coronavírus. Foi inclusive fornecida uma lista dos estabelecimentos e a melhor hora para proceder aos roubos.
No entanto, diversos dos assaltos parecem não ser determinados pela necessidade de bens essenciais. As autoridades referiram-se ao roubo de telemóveis e outros produtos eletrónicos, e de roupa.
As autoridades mexicanas pediram à população para permanecer em casa, mas o Governo federal não está a adotar medidas de confinamento. Alguns estados e governos locais impuseram o recolher obrigatório.
Hoje, o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que estes atos ilegais não vão ser tolerados. “Estão a ser confrontados e vão continuar a ser confrontados”, assinalou.
O México regista 450 casos confirmados da covid-19, com cinco mortos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 3.434, entre 47.610 casos de infeção.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.200 casos, tendo sido registados 3.281 mortes. Nas últimas 24 horas, reportou 47 novos casos, todos com origem no exterior.
Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.077 mortes num total de 27.017 casos, a França, com 1.100 mortes (22.302 casos), e os Estados Unidos, com 600 mortes (55.225 casos).
O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.