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Covid-19: Associações pedem ao Governo português que interceda pelos refugiados

25-03-2020 20:59h

A Plataforma de Apoio aos Refugiados e o Serviço Jesuíta pediram ao Governo português que interceda junto do executivo grego para evitar “uma crise humanitária de elevadas proporções” nos campos de refugiados daquele país, devido à pandemia de Covid-19.

Em causa está “uma questão de perigo geral para a saúde pública”, alertaram as organizações em comunicado conjunto.

Mais de 40 organizações humanitárias e de defesa dos direitos humanos europeias, em carta assinada e enviada hoje ao Governo grego e às instituições europeias e internacionais, pediram ao Governo grego que, coordenado com as instituições europeias e internacionais, tome as medidas de saúde públicas necessárias a proteger todos os residentes nos campos de refugiados nas ilhas gregas, os funcionários e a sociedade em geral.

As instituições alertaram para a necessidade de retirar do local crianças e grupos de risco.

Tanto a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) como o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Portugal) subscreveram a missiva.

“As condições de vida dos requerentes de asilo nas ilhas gregas não lhes permitem realizar o necessário distanciamento social, uma vez que os campos estão sobrelotados, as condições de higiene são diminutas e o acesso a cuidado de saúde, cada vez mais escasso”, lê-se no documento enviado à comunicação social.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 19.000 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos. Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.

Em Portugal, há 33 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, que regista 302 novos casos em relação a segunda-feira (mais 14,7%).

Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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