O ministro do Ambiente e Ação Climática pediu hoje às famílias um cuidado acrescido na gestão dos resíduos urbanos durante a pandemia de covid-19, numa mensagem de agradecimento aos profissionais da higiene urbana neste período.
“Temos que focar os nossos serviços de limpeza no essencial”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, sublinhado que numa altura em que a maioria dos portugueses está em casa é normal que as famílias produzam mais lixo doméstico e, por isso, é importante ter uma maior atenção à gestão dos resíduos, evitando, por exemplo, colocar mobiliário na rua para recolha.
Na mensagem de vídeo, o ministro aproveitou para recordar as recomendações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito da pandemia de covid-19, que indicam que o lixo produzido por doentes com covid-19 ou suspeitos de estarem infetados deve ser depositado em sacos de plástico resistentes e descartáveis, usando apenas dois terços da capacidade, e colocado num contentor com tampa, preferencialmente acionada com pedal.
"Os sacos devidamente fechados devem ser colocados dentro de um segundo saco, devidamente fechado, e serem depositados no contentor de resíduos indiferenciados", afirmou a APA, em comunicado datado de terça-feira.
João Pedro Matos Fernandes sublinhou também que durante este período a recolha seletiva continua ativa e apelou às famílias que aproveitem este tempo em casa para “treinar e aperfeiçoar as boas práticas” de separação de resíduos, mas reforçou que as embalagens utilizadas pelos doentes, ou suspeitos de estarem infetados, não devem ser recicladas, de acordo com as orientações da APA, à semelhança das luvas, máscaras e outros materiais de proteção, mesmo que não estejam contaminados.
Na mensagem de agradecimento aos profissionais da higiene urbana e da gestão de resíduos, o ministro do Ambiente e Ação Climática reiterou que o trabalho destes profissionais é essencial durante esta fase para garantir a higiene e a saúde públicas.
“Todos vós sois absolutamente indispensáveis neste momento, temos mesmo que recolher todo o lixo que produzimos para garantir que por essa via temos as condições de saúde pública ideais nos nossos centros urbanos”, afirmou, apelando que também os trabalhadores sigam todas as medidas de segurança.
De acordo com as orientações da APA, aos trabalhadores envolvidos nas operações de recolha e tratamento do lixo, recomenda-se que "cumpram escrupulosamente as medidas de segurança" definidas, nomeadamente em termos de higiene e utilização de equipamentos de proteção individual.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira.
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.