A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu hoje a libertação imediata de alguns prisioneiros em todo o mundo, para impedir que a pandemia de covid-19 provoque danos nas cadeias.
Bachelet pede às autoridades de todos os países para procurarem reduzir rapidamente o número de pessoas detidas, por exemplo libertando “prisioneiros idosos e doentes, bem como infratores de baixo risco”, para aliviar as tensões em cadeias, muitas delas sobrelotadas.
“A covid-19 começou a atacar prisões, centros de detenção de imigrantes, bem como centros de atendimento residencial e hospitais psiquiátricos. Provavelmente, também causará estragos em populações muito vulneráveis dentro dessas instituições”, disse a alta comissária da ONU, reconhecendo que alguns países já estão a tomar medidas para minorar os efeitos dos problemas.
A Etiópia anunciou hoje uma amnistia e a libertação de mais de 4.000 prisioneiros para aliviar o congestionamento nas prisões.
Bachelet, que foi Presidente do Chile e conheceu de perto as prisões no tempo do regime de Pinochet, nos anos 1970, pediu também aos governos para libertarem “qualquer pessoa detida sem base legal suficiente, incluindo presos políticos e os que foram detidos simplesmente por expressarem opiniões críticas ou dissidentes”.
“Uma vez libertads, essas pessoas devem passar por um exame médico e devem ser tomadas medidas para garantir que recebem cuidados e acompanhamento necessários”, disse Michelle Bachelet.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.