Os médicos dos hospitais públicos do Zimbabué começaram hoje uma greve devido à falta de equipamento de proteção, num contexto em que a pandemia do novo coronavírus começa a generalizar-se num país com o sistema de saúde em colapso.
O presidente da Associação dos Médicos Hospitalares, Tawanda Zvakada, disse que os médicos estão em “alto risco” de contrair o vírus, acrescentando: “Voltaremos ao nosso trabalho só depois de o Governo implementar medidas adequadas, incluindo vestimenta apropriada, porque agora estamos expostos e ninguém parece importar-se”.
Os médicos, acrescentou, têm poucas luvas, máscaras e batas, depois de terem regressado ao trabalho em janeiro após quatro meses de greve na qual defenderam melhores salários e condições de trabalho.
O Zimbabué reportou até agora três casos confirmados de infeção com o novo coronavírus e registou esta semana a sua primeira morte, enquanto na África do Sul já há mais de 700 casos e o país vai entrar em isolamento a partir de sexta-feira.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos confirmados, segundo os dados conhecidos mais recentes.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.