Cientificamente, na opinião de Pedro Simas, virologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, faria mais sentido garantir a imunidade de grupo e "vai ter de se chegar lá".
Ao Canal S+, o virologista explicou quais as duas formas, diretas e efetivas, de se atingir aquilo que considera ser a solução para a pandemia da Covid-19.
Ainda a procissão vai no adro quando falamos na Covid-19.
Na opinião de Pedro Simas, Portugal vive ainda uma fase inicial, epidemiologicamente falando, no que respeita a esta pandemia.
"O vírus é endémico, está em todo o lado e é praticamente impossível erradicá-lo. Mesmo com as medidas atuais, o vírus não vai desaparecer", considera o virologista, justificando a afirmação com a própria natureza deste vírus, com as características biológicas do mesmo.
Para Pedro Simas o vírus já está espalhado pelo mundo e tem características biológicas que promovem uma grande infeção assintomática, difícil de controlar.
Por outro lado, o virologista considera que este vírus, à semelhança dos outros coronavírus existentes, irá estabelecer um equilíbrio na população.
Defende, por isso, a imunidade de grupo e aponta as duas formas para se conseguir atingir.
Na opinião de Pedro Simas, não se prevê que as atuais medidas de contenção em vigor, contempladas no Estado de Emergência decretado, erradiquem o vírus.
Ainda assim e nesta fase, a quarentena e o isolamento social são, segundo o virologista "importantes para conter a disseminação do vírus".
Depois da contenção da primeira vaga, o virologista considera importante serem tomadas medidas e ser delineada uma estratégia para a segunda fase da pandemia.
Defende, por isso, uma quarentena seletiva para a proteção dos grupos de risco e deixar que a imunidade de grupo seja construída.
A China já anunciou o seu primeiro ensaio clínico para testar uma vacina contra o novo coronavírus, mas para Pedro Simas, não podemos viver com medidas de contenção extremas, durante doze meses, à espera de uma vacina ou de várias vacinas que não há a garantia que funcionem.
O virologista defende um novo tipo de teste, o teste serológico, para se poder garantir a eficácia da quarentena seletiva.