SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: FocusEconomics prevê recessão de 1,2% em Angola e “severa turbulência económica”

LUSA
25-03-2020 13:24h

A consultora FocusEconomics mudou a previsão de crescimento da economia de Angola, antevendo agora uma recessão de 1,2% este ano, e alerta para “uma severa turbulência económica” nos próximos meses devido à pandemia da covid-19.

“Uma turbulência económica severa é esperada nos próximos meses devido à rápida propagação da covid-19, que pesa cada vez mais na atividade económica externa e doméstica, assim mantendo os preços baixos do crude”, escrevem os analistas no relatório deste mês sobre as economias africanas.

No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, esta consultora alerta que “as autoridades têm poucas opções para apoiar a moeda nacional, já que as reservas externas estão pressionadas e as taxas de juro do banco central são das mais altas na região”.

Os analistas da consultora cortaram em 1,6 pontos percentuais a previsão de evolução da economia este ano, que passou de um crescimento de 0,4% para uma recessão de 1,2%, pelo quinto ano consecutivo.

“A perspetiva de evolução piorou severamente em março, não se prevendo uma recuperação económica até 2021; os efeitos de contágio do enfraquecido setor petrolífero no contexto dos preços baixos e da diminuta produção local devem reverberar por todos os setores da economia, e a crise económica pode adiar as reformas económicas estruturais”, alertam os consultores.

A inflação deve aumentar para 20,2% este ano e a taxa de juro de referência do banco central deve ficar nos 16,3% até final do ano, estima a FocusEconomics, que estima que sejam necessários 551,7 kwanzas para cada dólar em 2020.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras. 

MAIS NOTÍCIAS