Os dois cidadãos estrangeiros declarados como infetados na Guiné-Bissau com o novo coronavírus, ainda se encontram fora do hospital, mas deverão ser transferidos até quinta-feira, disseram hoje as autoridades no poder.
A informação foi dada aos jornalistas por Nuno Nabian, primeiro-ministro nomeado pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, após uma audiência que os dois mantiveram no Palácio da Presidência.
Tal como o já tinha sido anunciado por Sissoco Embaló, nas redes sociais, Nuno Nabian confirmou aos jornalistas que deram positivo os testes a dois cidadãos estrangeiros (um indiano e um da República Democrática do Congo), sobre os quais havia suspeitas de contaminação.
"Ontem [segunda-feira] à noite confirmámos que os dois casos suspeitos deram positivo", declarou Nuno Nabian, esclarecendo que o cidadão congolês é funcionário das Nações Unidas e encontra-se nas dependências da organização em Bissau.
De acordo com Nuno Nabian, os dois infetados ainda se mantêm nas suas residências, sob vigilância médica, porque o espaço onde serão internados os doentes com covid-19, no hospital Simão Mendes (principal unidade médica do país), ainda está em obras de adaptação.
Nabian acredita que "o mais tardar" até quinta-feira, o espaço estará pronto para receber os doentes por infeção pela covid-19 e anunciou a chegada ao país, também até quinta-feira, de um carregamento aéreo de material medico adquirido pelas autoridades, em Portugal, no âmbito da luta contra a pandemia mundial.
Nuno Nabian disse estar em curso um trabalho de avaliação de pessoas que estiveram em contacto com os dois infetados para determinar qual a medida a ser adotada.
A Guiné-Bissau vai atravessar esta pandemia no meio de uma crise política, após Sissoco Embaló se ter autoproclamado Presidente enquanto ainda decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso do candidato Domingos Simões Pereira, que alega irregularidades nas eleições de 29 de dezembro.
Depois de ter tomado posse, Embaló nomeou um Governo, liderado por Nuno Nabian, que ocupou os ministérios com apoio de militares, mas recusou que esteja em curso um golpe de Estado no país e disse que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
O continente africano registou 64 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.