O PAN adiantou hoje que o seu foco é o combate à covid-19 e, numa altura em que o isolamento social é fundamental para mitigar a propagação da doença, o partido tenta “encurtar a distância” com recurso à internet.
Em declarações à agência Lusa, a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza disse que a agenda política do partido “está circunscrita a este tempo aos trabalhos da Assembleia da República, tendo suspendido o partido todas as iniciativas locais com exceção das que se mostrem comprovadamente inadiáveis e as que têm como foco a resolução de problemas locais associados à doença Covid-19”.
“O mesmo se aplica à iniciativa legislativa, o foco é de facto o combate à Covid-19, dando o partido, claro, atenção a outros temas que não possam ser descurados”, acrescentou Inês Sousa Real, apontando que o PAN quer continuar a “cumprir com o papel fiscalizador, deliberativo e participativo que se impõe em democracia, de forma construtiva”.
Por isso, surgem “temas que implicam que sejam feitas perguntas ao Governo ou outras formas de oposição”.
O estado de emergência já levou o partido a encerrar a sua sede, em Lisboa, e todos os espaços espalhados pelo país, e assim permanecerão “até nota em contrário”, diz Inês Sousa Real.
Os funcionários trabalham a partir de casa e, por isso, “contactos telefónicos, endereços de e-mail e plataformas digitais e redes sociais constituem neste momento o principal ponto de contacto entre a equipa e com os cidadãos, substituindo o habitual atendimento presencial”.
No parlamento, como ainda se realizam trabalhos parlamentares (com apenas uma parte dos deputados), o PAN mantém “dois deputados e três assessores”, na Assembleia da República, mas “apenas nos dias em que estão agendados trabalhos”.
Quanto às reuniões, são efetuadas com recurso a videoconferência, telefone, plataformas digitais, e-mail, ‘chat’ ou documentos ‘online’, contou a líder parlamentar à Lusa, assinalando que também “já foram adiados vários eventos e reuniões internas que estavam previstas”.
O PAN elaborou igualmente um plano de contingência interno e tem demonstrado preocupação com “os funcionários do partido, que são contactados regularmente de modo a que a estrutura possa perceber se estão bem de saúde (física e mental), como estão a decorrer as tarefas atribuídas ou as dinâmicas de gestão familiar versus teletrabalho”, indicou.
Como o contacto presencial com o eleitorado também está desaconselhado, o partido tem aproveitado a presença nas redes sociais para isso, através de “vídeos em direto, sessões de perguntas e resposta e debates ‘online’, bem como outros momentos de diálogo, para que seja possível manter a proximidade”.
“Seja no contexto político, pessoal ou familiar, o que temos procurado fazer é encurtar a distância que o isolamento social nos impõe, continuando a estar presentes na vida daqueles que nos são próximos e também dos nossos concidadãos, mas com recurso aos meios tecnológicos”, salientou a líder parlamentar.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, que regista mais 302 casos do que na segunda-feira.
O país encontra-se em estado de emergência até às 23:59 de 02 de abril.