Rui Sousa, antigo ciclista e atual autarca de Barroselas e Carvoeiro, em Viana do Castelo, defendeu que o combate à covid-19 deve ser prioridade de todos, relegando para segundo plano os efeitos da pandemia na sua economia pessoal.
"Temos de fazer de tudo para procurar passar a mensagem e toda a informação útil às pessoas sobre esta pandemia. O importante é dar o nosso melhor e é isso que continuaremos a fazer, eu e a minha equipa, na União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro", disse Rui Sousa à agência Lusa.
Para ajudar no combate à pandemia, o autarca, a cumprir o segundo mandato e o sexto ano como presidente de junta, procura manter informada e sob vigilância as cerca de cinco a seis mil pessoas residentes em Carvoeiro e Barroselas, onde está sedeada a sua principal atividade e fonte de sustento, relacionada com a comercialização de animais exóticos.
"Trabalhamos com imensos parques zoológicos na Europa, mas, com a pandemia, eles estão fechados e nós estamos parados. Não posso viajar ou fazer envios. É o meu principal 'ganha-pão' e está parado", lamentou Rui Sousa, reconhecendo que a sua atividade foge ao conceito de bem essencial e que, por isso, "vai ser das primeiras a sentir problemas".
Apesar das dificuldades e do futuro incerto, Rui Sousa mantém a esperança.
"Esta situação não me tira o sono, ao contrário deste problema [covid-19]. Quando se fala em morte, temos de ter um respeito superior e reavaliar a importância das coisas, mas estou certo que, depois, após vencermos esta guerra, iremos dar a volta por cima", concluiu o antigo ciclista, posto à prova ao longo dos 20 anos de carreira profissional.
Rui Sousa, de 43 anos, despediu-se do pelotão nacional em 2017, após uma carreira recheada, à qual só lhe faltou a amarela na Volta a Portugal: foi segundo em 2014 e terceiro em 2002, 2011, 2012 e 2013.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 18.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 33 mortos e 2.362 infetados confirmados. O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.