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Covid-19: RDCongo vai utilizar cloroquina em infetados

24-03-2020 21:48h

O diretor do Instituto Nacional de Investigação Biomédica da República Democrática do Congo (RDCongo) e coordenador da unidade técnica de luta contra a covid-19, Jean-Jacques Muyembe, anunciou hoje que pretende administrar cloroquina em pacientes da doença provocada pelo novo coronavírus.

“A covid-19 não é tratável. Por todo o mundo, os investigadores estão a experimentar fármacos diferentes, Não há nenhum tratamento específico até agora. A cloroquina faz parte do plano que usamos, como muitos investigadores”, afirmou, em conferência de imprensa, Muyembe, citado pelo portal noticioso congolês Actualité.cd.

A utilização do fármaco, utilizado principalmente no tratamento da malária, mas também de lúpus eritematoso e de artrite reumatoide, tem sido apoiada pelos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro.

Nos EUA, um homem do estado do Arizona morreu também após a ingestão de cloroquina, segundo a CNN, que noticiou também que três pessoas foram hospitalizadas em Lagos, na Nigéria, por ‘overdose’ do fármaco.

Ainda assim, o responsável pelo combate à covid-19 na RDCongo sustentou que as autoridades congolesas avançaram para a encomenda.

“A descoberta, segundo alguns laboratórios, é que a cloroquina tem efeitos sobre o coronavírus, mas, até agora, nenhum estudo confirmou isto”, afirmou Muyembe.

“Nós incluímo-la no nosso plano. Encomendámos e esperamos tê-la em 'stock' dentro de três ou quatro dias. Será usado no nosso plano", vincou o responsável.

A RDCongo junta-se assim a uma lista de Estados africanos, como Marrocos e Argélia, que anunciaram a administração de cloroquina a infetados com covid-19.​​​​​​​

Após quase dois anos de combate a uma epidemia de Ébola no seu país, que matou mais de 2.200 pessoas, a RDCongo prepara-se agora para enfrentar a pandemia de covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

De acordo com dados emitidos hoje pelo Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana, há pelo menos 1.988 casos de infeção pelo novo coronavírus no continente, dos quais 58 morreram.

Segundo a mesma fonte, a RDCongo contabiliza 45 casos e duas mortes devido à covid-19.

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