O atleta português João Paulo Azevedo disse à Lusa que o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, hoje anunciado devido à pandemia da covid-19, foi "a decisão mais acertada" por permitir evitar "riscos".
"Acho que foi a decisão mais acertada, estava muita coisa em risco, e estar até à última hora a saber se íamos ou não... Eu falo por mim, que até há pouco tempo nem sequer podia transportar as armas", explicou à Lusa o português, apurados para os Jogos na vertente de tiro com armas de caça.
Na opinião do luso, de 36 anos, o adiamento permite salvaguardar "a saúde dos atletas e de todos os envolvidos, desde as famílias que viajassem até aos próprios japoneses".
Assim, há agora "mais um ano de trabalho pela frente", e João Paulo Azevedo lamenta apenas que se encontrasse, agora, numa "boa fase de forma, em crescendo, porque tinha ‘apertado' muito com os treinos".
"Estava num pico de forma excelente. Para o ano, dependendo das datas finais, terei de ‘apertar' de novo com os treinos para chegar em forma", comentou.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia da Covid-19, anunciaram hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.
"Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021", lê-se no comunicado.
Esta decisão foi, de acordo com o mesmo documento, tomada "para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 30 mortos e 2362 infetados confirmados. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.