O Presidente da República considerou hoje que a sessão técnica sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal contribuiu para "cimentar um espírito de coesão e de unidade" entre responsáveis políticos e que há razões para esperança.
"Era difícil estarem aqui reunidos setores políticos tão diferentes, com maneiras de ver a vida tão diferentes. E vieram todos, sem exceção, e todos intervieram, e todos perguntaram e todos foram esclarecidos. Porque todos estavam a remar no mesmo sentido. Estamos todos a remar no mesmo sentido, e vamos remar no mesmo sentido, e esse é o sinal o mais positivo desta reunião", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava aos jornalistas no final de uma sessão técnica em que participou a convite do primeiro-ministro, António Costa, no auditório do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa, em que estiveram também o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, líderes partidários, sindicais e patronais.
O Presidente da República disse sair desta sessão "menos preocupado" e convicto "de que há razões para ter esperança".
"Eu diria que preocupados estamos sempre, mas eu saio menos preocupado neste sentido: estamos mais unidos; em segundo lugar, vai havendo mais informação da parte dos especialistas; terceiro, os portugueses estão a fazer com que a curva não seja a curva de outros países", justificou.
Questionado sobre dúvidas em relação aos dados oficiais sobre os casos de covid-19 em Portugal Marcelo Rebelo de Sousa defendeu "tem havido uma preocupação constante de verdade", que "ninguém quer mentir a ninguém e os especialistas dão todos os dados disponíveis" e que e os números divulgados "têm adesão à realidade".
"O número de positivos é o número efetivamente detetado de testados positivos - é esse, não há aí nenhum equívoco de números. O número dos que estão internados sabe-se qual é. O número de internados em cuidados intensivos é aquele. E o número de óbitos", declarou.
O chefe de Estado referiu ainda que em todos os casos de mortes de pessoas infetadas com o novo coronavírus "o óbito é atribuído a essa causa mesmo que houvesse outras doenças, e sistematicamente havia outras doenças", acrescentando: "Esse foi o critério adotado em Portugal com total verdade".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Em Portugal, há 29 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).