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Covid-19: BE aposta em reuniões à distância e agenda pública intensa, mas só na internet

LUSA
24-03-2020 09:07h

Teletrabalho, reuniões partidárias à distância e uma “intensíssima agenda pública” mas apenas através da internet são algumas das mudanças na ação política do BE devido à Covid-19, lançando ainda nos próximos dias uma plataforma para receber denúncias laborais.

Em declarações à agência Lusa sobre as mudanças na agenda, ação política e funcionamento do partido devido à pandemia da Covid-19, o deputado e dirigente bloquista Jorge Costa começou por explicar que “a própria estrutura do BE sofreu adaptações”.

“Os serviços do Bloco foram passados a teletrabalho, foram tomadas as medidas do ponto de vista das adaptações tecnológicas para poder ter as principais funções - bases de dados, finanças, serviços administrativos e atendimento – em teletrabalho”, explicou.

Também os órgãos políticos do partido passaram a reunir à distância, com recurso às ferramentas digitais que o permitem, reuniões que no caso do secretariado do partido têm sido mais frequentes do que o habitual devido à “situação crítica” do novo coronavírus.

Já há cerca de duas semanas, o BE tinha decidido adaptar a agenda e seguir as indicações da Direção-Geral da Saúde sobre o novo coronavírus, adiando iniciativas que mobilizassem "um número significativo de aderentes" ou impedindo as realizadas em locais que concentrassem muitas pessoas.

“O BE continua a exercer as suas funções enquanto partido de oposição e continuará a fazer as propostas que acha que são as melhores para que esta crise sanitária - na qual acompanhamos o esforço que está a ser feito pelas autoridades para conter o vírus - não derive numa situação de regresso de uma nova crise social”, assegurou.

Assim, o BE vai “ter intensíssima ajuda pública, só que vai ser na internet” e, de acordo com o dirigente, “só em situações muito particulares” é que estarão presentes fisicamente em locais públicos.

Assim, as sessões de esclarecimento e a atividade política do partido liderado por Catarina Martins sai das ruas (ou das conferências e das visitas) e passa para a internet.

Exemplo disso, referiu o dirigente bloquista, foi uma sessão de esclarecimento virtual na passada sexta-feira sobre as questões do coronavírus em diversas dimensões.

“Nessa sessão mais de 20 mil pessoas passaram ‘por lá’ e estiveram 500 pessoas em permanência. Seria um grande encontro em qualquer circunstância”, adiantou.

Também segunda-feira, o deputado José Soeiro promoveu uma sessão 'online' de perguntas e respostas sobre a Covid-19 e os direitos laborais.

A questão laboral nesta fase de pandemia, aliás, tem sido uma das áreas em relação às quais o BE tem recebido inúmeras queixas, denúncias e perguntas, segundo Jorge Costa, motivo pelo qual o partido tem alertado para “uma vaga de despedimentos” durante esta crise.

“O BE vai lançar nos próximos dias uma plataforma para a receção de denúncias, de casos de abuso, de despedimentos arbitrários, ou seja, todos os casos de irresponsabilidade social das empresas que deixam as pessoas, que já são vulneráveis por serem precárias, em situação de ainda maior vulnerabilidade no quadro de uma pandemia”, revelou.

Questionado sobre os desafios de toda estas adaptações, Jorge Costa considerou que “até tem sido fácil” porque “o BE está a beneficiar de ser um partido que há muito anos tem chegado primeiro a uma série de alterações que teve a comunicação política” com a internet, a emergência das redes sociais e outros suportes digitais que os bloquistas estão “muito habituados a utilizar”.

“Somos uma organização bastante ágil na utilização nestas ferramentas. Desde que esta crise se iniciou que começamos a recorrer a elas de uma forma muito mais intensa”, destacou.

Exemplo disso mesmo foi na semana passada a conferência de imprensa de Catarina Martins após uma reunião com a CGTP - também ela por videoconferência – que foi das primeiras entre os responsáveis políticos a ser transmitida unicamente por streaming, sem jornalistas na sala.

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