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Covid-19: Angola tem ‘stock’ de mil testes e vai adquirir mais 15 mil

23-03-2020 20:05h

Angola tem atualmente um ‘stock’ de mil testes para despistar o novo coronavírus, mas vai adquirir mais cinco mil testes através da Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros dez mil da China, anunciou a ministra da Saúde.

Sílvia Lutucuta, que falava em Luanda, salientou que este número pode ser aumentado "à medida que for necessário".

O laboratório do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) testou até agora 169 amostras das quais três deram resultados positivos.

Neste momento, segundo a ministra angolana, o INIS tem apenas duas amostras para analisar, embora tenha capacidade para fazer até 91 testes por dia.

A governante explicou que o número de laboratórios que produzem os reagentes necessários para fazer as análises foi progredindo à medida que a doença foi avançando, mas os países só teriam acesso aos reagentes, através da OMS, quando surgissem os primeiros casos suspeitos.

"Só quando surgiu o primeiro caso suspeito, que foi negativo, é que tivemos acesso aos reagentes e deixámos de enviar as amostras para a África do Sul e conseguimos ter a capacidade local para começar a fazer os testes", esclareceu.

A ministra indicou igualmente que Angola vai continuar a receber "voos humanitários", que não vão trazer apenas de regresso ao país angolanos que se encontravam no estrangeiro quando as fronteiras fecharam, em 20 de março, mas também carga e pessoal técnico.

"Vamos precisar de trazer os materiais de biossegurança, de trazer técnicos que venham dar apoio e são esses voos que estão previstos. Vamos tentar controlar a situação que já temos em mãos e à medida que formos dando passos com segurança, vamos tomar as medidas necessárias e adequadas", declarou.

Segundo Sílvia Lutucuta, o Governo tem estado a trabalhar para que os ‘stocks' de equipamentos de biossegurança, como máscaras e luvas, sejam adequados à resposta que se pretende, adiantando que estão a ser feitas aquisições locais e "noutras latitudes".

"O mercado chinês já está a subir outra vez e é um dos grandes fornecedores a nível mundial de material de biossegurança", referiu.

A ministra assinalou, por outro lado, que o plano de contingência traçado para combater a pandemia envolve cerca de 20 ministérios, incluindo dos Transportes e Comércio que vão desenvolver medidas para controlar as aglomerações nos autocarros, transportes públicos, comboios e mercados.

Angola anunciou hoje um novo caso confirmado de infeção pelo novo coronavírus elevando para três o número de doentes infetados.

Todos os casos são relativos a passageiros angolanos que chegaram na semana passada em voos de Portugal.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

O continente africano registou mais de 50 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 1.700 casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia da covid-19.

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