A fronteira terrestre entre a Guiné-Bissau e o Senegal está oficialmente encerrada, mas os populares da localidade guineense de São Domingos denunciam a travessia de condutores de motos com passageiros clandestinos.
Elton da Silva, porta-voz da população de São Domingos, localidade a cerca de 25 quilómetros de Ziguinchor, a capital da região senegalesa de Casamança, alertou as autoridades guineenses sobre o facto de haver pessoas a atravessarem a fronteira.
"A fronteira está oficialmente encerrada, mas os condutores dos ‘Djacartas' continuam a atravessar a fronteira de um lado para outro, como se nada fosse", observou Elton da Silva.
"Djacartas" é a designação local para as motos ligeiras utilizadas para o transporte de pessoas e cargas da população das zonas da fronteira entre a Guiné-Bissau e os países vizinhos, Senegal e Guiné-Conacri.
Normalmente são motos que foram oferecidas à população durante a campanha eleitoral.
A Guiné-Bissau teve em 2019 duas campanhas eleitorais, as legislativas em março e as presidenciais em novembro (primeira volta) e em dezembro (a segunda volta).
Elton da Silva pede às autoridades que reforcem medidas de controlo da fronteira a partir de São Domingos.
"Somos pessoas de alto risco de contágio desde que se diz que já há um infetado em Ziguinchor", defendeu o porta-voz dos habitantes de São Domingos.
As autoridades de Zinguichor confirmaram domingo o primeiro caso de covid-19 naquela região do Senegal.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.