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Covid-19: Federação de ginástica apela a rapidez no adiamento "inevitável”de Tóquio2020

23-03-2020 18:29h

A Federação de Ginástica de Portugal vê como “inevitável” o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 para que haja “equidade” entre atletas e pede uma decisão “assertiva e rápida” do Comité Olímpico Internacional, adiantou hoje à Lusa o presidente.

Segundo João Paulo Rocha, o adiamento da competição agendada para o Japão entre 24 de julho e 09 de agosto, devido à pandemia da covid-19, é “inevitável”, defendendo que o “mais lógico” seria realizar a prova no verão de 2021.

“Fora da época de verão, no Japão, as coisas não são fáceis, com a existência de tempestades, por exemplo, e, a ser adiado, o mais lógico será faze-lo para o próximo verão”, atirou.

Para o responsável pela Federação de Ginástica de Portugal, o mais importante neste momento “é o momento da decisão”, que deve ser "assertivo e rápido", por uma questão de “equidade”.

“A situação que se vive é que as pessoas não sabem o que fazer, se vai haver ou não Jogos Olímpicos. Claro que os atletas estão a treinar em casa, a cuidar a sua preparação física, mas há países onde os atletas continuam a treinar normalmente, como a própria Itália”, explicou.

A ginástica portuguesa tem já uma atleta qualificada, Filipa Martins, em ginástica artística feminina, e tem quatro atletas masculinos com possibilidade de garantirem apenas uma vaga em ginástica de trampolins, acrescentou.

O último momento de qualificação da ginástica de trampolim, a Taça do Mundo, prevista para Bréscia, na região da Lombardia, em Itália, foi adiada para junho, situação que o dirigente considera “caricata” por não acreditar que seja possível realizar uma competição “dentro de poucos meses” numa região em que morrem centenas de pessoas por dia e milhares estão infetadas.

João Paulo Rocha explicou ainda que a federação está à procura de implementar “um plano de contingência para que os atletas continuem a treinar” a componente técnica, pois a preparação física tem sido mantida em casa, individualmente.

“Os donos das instalações, que no nosso país são, na maioria dos casos, as câmara municipais, justificadamente têm receios e querem articular-se com as direções regionais de saúde para o acesso às infraestruturas, quando a recomendação atual é que as pessoas fiquem em casa”, alertou.

Lembrando que a ginástica é uma modalidade “extremamente técnica”, e que “sem treino se degrada”, João Paulo Rocha entende que o anúncio do adiamento, “fosse para que data fosse”, permitiria a preparação de uma forma mais “relaxada e ponderada”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

 

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