Os municípios do distrito de Évora compraram seis ventiladores para o hospital da região, destinados a doentes com covid-19, num investimento de 150 mil euros, e pretendem adquirir mais equipamento e material médico.
“Apontamos para cerca de 300 mil euros o valor total do apoio dos municípios e de alguns munícipes, como empresas, para, nesta 1.ª fase, socorrer já necessidades muito urgentes e complementares ao que o Governo está a fazer”, assumiu hoje à agência Lusa José Calixto, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), que junta as 14 câmaras do distrito de Évora.
Segundo o também autarca de Reguengos de Monsaraz (PS), deste montante global, “150 mil euros já foram investidos na aquisição dos ventiladores”, destinados ao Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), mas “há margem para outra encomenda”.
“Pretendemos ainda adquirir máscaras, luvas, zaragatoas, fatos de proteção, ‘kits’ de testes covid-19, equipamentos e monitores multiparâmetros de cuidados intensivos”, ou seja, material que resulta de “um levantamento exaustivo”, frisou.
A CIMAC começou por perceber onde é que “podia ser útil, principalmente ao hospital, mas também aos bombeiros, às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), aos próprios serviços municipalizados e às unidades de cuidados primários”, tendo, de seguida, feito “um levantamento das necessidades de equipamentos e produtos”.
“Num primeiro momento, identificámos uma urgência que era o apoio com mais ventiladores ao hospital de Évora e conseguimos adquirir estes seis, que estão a vir da Alemanha”, disse José Calixto, adiantando que a previsão é que três deles cheguem esta semana, com entrega na unidade hospitalar até sexta-feira, porque têm de ser parametrizados, enquanto os restantes três devem vir “dentro de 10 a 15 dias”.
O esforço e união dos 14 municípios do distrito também foi destacado por Carlos Pinto de Sá , vice-presidente do conselho intermunicipal da CIMAC, que considerou importante proteger a “linha da frente” do combate à covid-19.
“Aquilo que constatamos é que há, como é conhecido, uma falta de equipamentos médicos hospitalares, em particular aqueles da ‘linha da frente’, ou seja, aqueles que, por um lado, têm que responder aos doentes e, por outro, aqueles que têm de proteger os profissionais de Saúde”, disse.
Segundo o também presidente da Câmara de Évora (CDU), o que a CIMAC quis foi “contribuir para que o hospital de Évora possa aumentar a sua capacidade de prestação de serviços”, com os seis ventiladores e com “a possibilidade de adquirir outros equipamentos com o mesmo objetivo”, em consonância com a administração hospitalar.
Pinto de Sá frisou que os municípios já receberam “um conjunto de ofertas a vários níveis” por parte de privados e que, quem se quiser contribuir para esta campanha para angariar dinheiro para adquirir material para o hospital “poderá juntar-se”.
O outro vice-presidente do conselho intermunicipal da CIMAC, António Recto, autarca de Redondo, eleito por um movimento independente, saudou a mobilização dos municípios e salientou que a pandemia da covid-19 é “uma guerra” na qual todos têm de “ser soldados”, não podendo os autarcas “ficar alheios a uma situação de carência de material médico para fazer face às necessidades prementes se estão a verificar e a uma tendência de agravamento da situação”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
De acordo com o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. O Alentejo continua hoje com cinco infetados e não regista mortes.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.