Foram aprovadas pelo parlamento, sem consultar a Direcção-Geral de Saúde (DGS), três novas vacinas gratuitas na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2019, no passado dia 27 de Novembro. Ana Jorge, ex-ministra da saúde esteve ao telefone no programa Saúde em Dia do S+ para discutir este assunto.
Em causa está a integração no Plano Nacional de Vacinação (PNV) das vacinas da meningite B, do rotavírus e do Vírus do Papiloma Humano (HPV) para os rapazes. Ana Jorge enaltece a DGS dizendo que este órgão tem sido "muito competente" e assegura que "pode ser perigoso haver decisões que são técnicas só com bases políticas". A ex-ministra da saúde defende que "as opções políticas têm de ser sustentadas em componente científica", com especial foco "na realidade portuguesa".
Também Hugo Esteves, médico de Saúde Pública e Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública observa que se está a "abrir a porta a um precedente que pode ter efeitos perigosos no futuro". Não colocando em dúvida as boas intenções dos deputados, o médico defende que "o que está em causa tem a ver com o processo de decisão".
Moisés Ferreira, deputado do BE, acredita que "o parlamento não aprovou nenhuma vacina". O bloquista defende que apenas foi dado um “sinal político”.
PCP NEGA QUAISQUER PRESSÕES DA INDÚSTRIA SOBRE NOVAS VACINAS NO PLANO NACIONAL
A primeira proposta votada para esta inclusão no PNV foi a do PCP, aprovada pelos proponentes, PSD e BE, mas com o voto contra do PS e a abstenção do CDS-PP. Carla Cruz, deputada do PCP, defende a proposta do partido dando o exemplo da sugestão do mesmo, em sede de orçamento, para "a criação do laboratório do medicamento". A deputada rejeita desta forma "liminarmente qualquer insinuação de que a proposta apresentada pelo PCP foi por pressão". Ouça as suas declarações ao S+ em baixo.
Para ver na íntegra em www.saudemais.tv ou na posição 129 da grelha da NOS no programa "Saúde em Dia" de dia 30 de Novembro.