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Covid-19: Escolas britânicas abertas para filhos de pessoal médico, polícias e motoristas de supermercado

LUSA
18-03-2020 19:13h

As escolas britânicas vão estar abertas para os filhos de médicos, enfermeiros e motoristas de entregas de supermercados para ajudar no esforço de combate ao Covid-19, afirmou hoje o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

"Precisamos de profissionais de saúde que também são pais que continuem a trabalhar e precisamos que outros trabalhadores cruciais continuem os seus empregos”, justificou, numa conferência de imprensa. 

 Entre as profissões abrangidas estão profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, assistentes sociais e prestadores de cuidados ao domicílio, polícias e motoristas de entregas de supermercado. 

 O governo britânico anunciou hoje que as escolas públicas em todo o país vão encerrar a partir de sexta-feira à tarde por tempo indeterminado, devendo os infantários e escolas privadas seguir o mesmo conselho. 

 “O objetivo é travar a propagação do vírus e nós consideramos que esta é a altura certa para o fazer. Mas também precisamos que manter o NHS [Serviço Nacional de Saúde] a funcionar e a tratar o número crescente de casos”, disse o primeiro-ministro. 

 Como consequência, os exames do ensino secundário não terão lugar em maio e junho, mas Johnson garantiu que os estudantes terão as "qualificações necessárias atribuídas”. 

Os alunos serão ir às respetivas escolas, mas Johnson não descartou que, no futuro, sejam concentrados em menos estabelecimentos por uma questão de gestão de recursos. 

 Agradecendo aos professores e funcionários escolares, vincou que "ao tomar conta das crianças destes funcionários, vão fazer parte da nossa luta contra o coronavírus”. 

O primeiro-ministro britânico também não descartou novas medidas para fazer cumprir o distanciamento social, mas enfatizou “estas são escolhas muito importantes” que devem ser tomadas voluntariamente. 

 Na segunda-feira, Boris Johnson anunciou uma intensificação das medidas de distanciamento social, lançando apelo à redução do contacto social e viagens desnecessárias e ao trabalho remoto a partir de casa.

O primeiro-ministro aconselhou as pessoas a não frequentarem bares, restaurantes, cinemas, teatro, e determinou um maior tempo de isolamento para agregados familiares com membros que tenham sintomas, de sete para 14 dias.

 "Quanto mais nos obrigarmos e às nossas famílias o conselho de evitar encontros desnecessários, de ficar em casa quando temos sintomas, melhor poderemos proteger o NHS [Serviço Nacional e saúde], menor mortes teremos, menos sofrimento haverá na população do Reino Unido, mais depressa poderemos ultrapassar isto e mais depressa poderemos recuperar”, afirmou hoje. 

 De acordo com os números disponibilizados hoje, o número de mortes chegou às 104 no Reino Unido, tendo sido identificados 2.626 casos positivos com coronavírus Covid-19 entre 56.221 pessoas testadas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram e 82.500 recuperaram.

 O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

 Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).

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