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Lançado concurso de 1,4 ME para Unidade de Cuidados Intensivos no Oeste

LUSA
08-09-2025 11:56h

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Oeste lançou concurso de 1,4 milhões de euros para a criação da Unidade de Cuidados Intensivos no hospital de Torres Vedras, foi hoje anunciado em comunicado.

O serviço de Medicina Intensiva “é determinante para dar uma resposta assistencial mais abrangente e diferenciada, quer ao nível da urgência/emergência, quer no apoio no pós-operatório de doentes com patologias mais complexas, sem que estes tenham de ser transferidos para os hospitais centrais”, justifica a administração da ULS Oeste.

Com a criação do serviço, a ULS Oeste espera “promover a captação e retenção de recursos humanos diferenciados, possibilitando o desenvolvimento das áreas cirúrgicas, cujas patologias obrigam a uma retaguarda de medicina intensiva”.

O projeto está também previsto no quadro do crescimento populacional na região Oeste e tendo em conta os utentes sazonais decorrentes da afluência turística e do trabalho agrícola temporário, enquanto não é construído e não entra em funcionamento um novo hospital.

A Unidade de Cuidados Intensivos vem “dar resposta a todos os doentes críticos que necessitem de cuidados de medicina intensiva (com origem na urgência e/ou no bloco operatório) e que até agora são obrigatoriamente transferidos para outras unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”.

Durante a pandemia de Covid-19, “ficou patente a relevância da criação” da unidade, tendo em conta os doentes que foram transferidos para outras Unidades de Cuidados Intensivos de outros hospitais, “por necessidade de ventilação invasiva”.

Com o serviço de Medicina Intensiva no hospital de Torres Vedras, a ULS Oeste estima vir a atender por ano 326 doentes críticos, que agora são transferidos para outros hospitais.

O projeto consiste na adaptação e realização das obras necessárias em duas áreas, com capacidade para 14 camas de medicina intensiva.

O prazo de execução de oito meses, de acordo com o anúncio do concurso, a que a agência Lusa teve acesso.

O investimento é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo dos fundos disponíveis para a modernização e renovação de áreas e equipamentos hospitalares, depois de a candidatura a fundos comunitários do Portugal 2030 ter sido chumbada.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde autorizou o projeto, repartindo os encargos pelos anos de 2025 (576 mil euros) e 2026 (854 mil euros).

Em 2021, o Ministério da Saúde iniciou o processo de planeamento para a criação de cuidados intensivos no Centro Hospitalar do Oeste, distribuídos por dois locais, um polo em Caldas da Rainha e outro em Torres Vedras.

Este anúncio surgiu após a contestação pelo Centro Hospitalar do Oeste, em 2019, de não estar incluído na Rede de Referenciação de Medicina Intensiva, então em revisão.

No decurso dos estudos, os pareceres técnicos e as entidades competentes concluíram que, “por impedimentos de natureza técnica, por agora, apenas a Unidade Hospitalar de Torres Vedras tem condições para acolher este tipo de unidade, dada a necessidade de cumprimento de exigências legais e estruturais”.

A Unidade Local de Saúde do Oeste agrega o Centro Hospitalar do Oeste (que inclui os hospitais das Caldas da Rainha e Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa) e o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Norte e o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Sul.

No conjunto, integra os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral e Peniche, no distrito de Leiria, e de Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras e Sobral Monte Agraço, no distrito de Lisboa, com uma população de 242 mil habitantes, segundo os dados de 2024 do Instituto Nacional de Estatística.

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