SAÚDE QUE SE VÊ

Angola vai vacinar meninas dos 9 aos 12 anos contra o cancro do colo do útero

Lusa
02-09-2025 17:13h

Angola vai começar em outubro a vacinar raparigas com idades dos 9 aos 12 anos contra o cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro que mais afeta as mulheres em Angola, anunciou hoje o Governo.

O secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos de Sousa, revelou que o Ministério da Saúde adquiriu já 2,2 milhões de doses da vacina bivalente contra o cancro do colo do útero (Cecolin 16-18), com empréstimo do Banco Europeu de Investimento, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Carlos de Sousa, que falava na abertura do ‘workshop’ de avaliação intercalar do Programa Nacional de Imunização, que conta com o apoio da GAVI (Aliança para as Vacinas), referiu que a vacinação contra esta doença começa com esta campanha nacional, em parceria com o Ministério da Educação, para depois evoluir, a partir de 2026, para vacinação de rotina.

“As despesas operacionais estão asseguradas pela GAVI num montante de 2,5 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) já incorporados no Orçamento Geral do Estado, via SIGFE [Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado], abrangendo 21 províncias do país”, referiu o secretário de Estado para a Saúde Pública.

De acordo com o governante angolano, esta campanha que foi planificada há um ano, acabou por ser adiada devido a fatores diversos, sendo o mais relevante a epidemia da cólera que ainda afeta o território nacional.

Angola recebeu em setembro de 2024, pela primeira vez, 1,4 milhões de doses da vacina contra esta doença, com mais de 300 casos diagnosticados por ano.

Na altura, a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, referiu que o cancro do colo do útero é o segundo em mulheres angolanas, depois do cancro da mama.

Os últimos dados oficiais divulgados pelo Instituto Angolano de Controlo do Cancro dão conta que, em 2022, foram tratados em Angola 915 casos de cancro do colo do útero, cerca de 17% de todos os casos de cancro, estimando-se que a incidência real de casos deste tipo de cancro no país seja provavelmente maior devido às limitações de diagnóstico.

MAIS NOTÍCIAS