O Festival Internacional de Teatro É-Aqui-in-Ócio regressa à Póvoa de Varzim, distrito do Porto, a 22 de setembro e, durante 13 dias, oferece artes performativas com teatro, dança e música, propondo refletir sobre saúde mental.
A 16.ª edição do Festival Internacional de Teatro É-Aqui-in-Ócio vai dar voz às pessoas que sofrem de doença mental e arranca precisamente com "Mesa de Reflexão I: Os atores na Memória: Teatro, Alzheimer e outras demências”, para debater a temática da saúde mental no Espaço d’Mente da Varazim Teatro, destacou Eduardo Faria, diretor artístico do festival, em entrevista telefónica à agência Lusa.
“Vamos falar do vasto tema da saúde mental, procurando contribuir para uma reflexão alargada em torno da mente humana, da neurodivergência, da doença mental, da deficiência intelectual e também da saúde mental que parece fugir face aos desafios deste nosso mundo. Um festival que procura através da Arte a sensibilização, a desestigmatização e a visibilidade para uma temática incontornável”, lê-se no dossiê de imprensa entregue à comunicação social.
“Gabo”, da companhia Dançando com a Diferença, é um “espetáculo de dança infantojuvenil e familiar onde as diferenças são colocadas em evidência para que todas as pessoas possam fazer a sua própria análise”. O espetáculo sobe ao palco do Cine-Teatro Garrett no dia 23 de setembro, e é um dos destaques selecionados por Eduardo Faria.
O diretor artístico assinala, todavia, que a 16.ª edição do festival tem uma “pré-abertura” no dia 21 de setembro com o espetáculo de teatro visual “Sómente”, no Passeio Alegre.
“É uma peça de teatro sem diálogos. Somente é o retrato de um homem que permaneceu jovem de coração, mas que está preso num corpo desgastado pela passagem do tempo”.
Eduardo Faria afirma que todo o “festival é forte”.
Questionado pela Lusa para selecionar outros espetáculos da programação, o diretor artístico refere “Emocionalmente, vivir con dislexia y TDAH”, da companhia Projeto Emocionalmente, oriundo de El Salvador e que sobe ao palco do Cine-Teatro Garrett em 24 de setembro.
“Emocionalmente” é um "monólogo baseado na experiência pessoal de Alicia Chong, atriz da geração do pós-guerra de El Salvador, que aos 12 anos recebeu um diagnóstico que dizia: 'dislexia, TDAH e inteligência abaixo do normal'", refere a sinopse.
A 5ª Punkada, banda da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, atua no dia 26 de setembro, no Cine-Teatro Garrett. A banda apresenta o álbum "Deserto de Amor", e o espetáculo tem entrada livre e é para maiores de seis anos de idade.
“O avô tem uma borracha na cabeça”, da companhia de teatro Certa, com texto de Rui Zink, é uma peça de teatro familiar para maiores de três anos e que se estreia no dia 28 de setembro, no palco do Cine-Teatro Garrett.
Conta a história da amizade entre um avô que vai perdendo a memória e o neto inventor que se dedica a descobrir uma cura.
“Através da sensibilidade de uma criança, chega-nos a lição mais importante: o amor é mais forte do que o esquecimento”, lê-se na sinopse da obra.
“Palavras Encadenadas”, da companhia Palabras, é o espetáculo de teatro que encerra o festival em 04 de outubro, e que vem de Buenos Aires, Argentina.
Classificado no género “'thriller' psicológico”, a peça aborda a questão da verdade ser “falseável”.
“A máscara torna-se realidade. Loucura e sanidade confundem-se. Assim como vítima e algoz".
O filme “Memórias de um Caracol”, de Adam Eliot, a peça de teatro “A loucura é o mais credível Oráculo", da companhia portuguesa Escola de Mulheres – Oficina de Teatro, “Hugo”, da companhia Os Náufragos Teatro (Corunha, Galiza/Espanha), e “Paraíso”, da companhia Teatro del Astillero (Madrid/Espanha), são outros espetáculos do É-Aqui-in-Ócio.