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Campanha alerta nas praias para prevenção da doença renal crónica

LUSA
06-08-2025 07:23h

Uma campanha de sensibilização sobre a doença renal crónica, que afeta perto de 10% da população, vai percorrer várias praias entre 9 e 16 de agosto, para promover a prevenção, sobretudo junto dos grupos de risco, foi hoje anunciado.

A campanha 'O Rim não Dói' estará nas praias da Figueira da Foz (dia 09), Carcavelos (dia 11), Sesimbra - Praia Moinho de Baixo (dia 12), Quarteira (dia 15) e Lagos - Porto de Mós (dia 16) com o objetivo de sensibilizar “a população para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença renal crónica”, referem os promotores da iniciativa em comunicado.

Promovida pela Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), com o apoio da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) e de uma empresa farmacêutica, a campanha pretende reforçar o alerta para a ausência de sintomas iniciais na doença, o que obriga a uma atenção redobrada, e para a importância cuidar dos rins, antes que precisem de cuidados urgentes.

“Pequenos hábitos diários, como beber água suficiente, manter uma alimentação equilibrada e controlar a pressão arterial fazem uma diferença enorme na prevenção da doença renal”, aconselha o presidente da APIR, Paulo Urbano.

Os exames e consultas frequentes, alterações e restrições alimentares, cansaço, cãibras, ansiedade, ‘stress’ e, em muitos casos, necessidade de diálise, são o dia-a-dia dos doentes renais crónicos, uma rotina que “tem um elevado impacto nas rotinas quotidianas e um impacto emocional, estando associada a altos níveis de ansiedade, ‘stress’ e depressão”, salienta.

O presidente da SPN, Edgar Almeida, observa, por seu turno, que, apesar de ser uma doença muito prevalente, atingindo quase 10% da população, "é pouco conhecida”.

Em Portugal, em 2024, 2.506 pessoas iniciaram diálise, contribuindo para o total de 14.089 pessoas que se encontravam a realizar estes tratamentos no final desse ano.

“Somando a estes números, os casos de transplantação renal e tratamento médico conservador, assistimos a valores de incidência e prevalência dos mais elevados da Europa – incidência de 271,6 por milhão de população (PMP) e prevalência de 2.046 PMP”, destaca o nefrologista.

Paulo Urbano adianta, por sua vez, que “a ausência de sintomas na fase inicial ou sintomas pouco específicos” é um desafio, ao qual de junta a “pouca cultura preventiva, reduzida consciencialização na sociedade em geral, principalmente em grupos de risco, como pessoas com diabetes, hipertensão ou histórico familiar de doença renal e dificuldade de acesso aos cuidados de saúde primários”.

“O diagnóstico precoce é um fator determinante para a qualidade de vida do doente renal”, defende, realçando que, com acompanhamento médico adequado e alterações alimentares, “poderá ser possível evitar ou atrasar a progressão da doença para estadios mais graves, reduzir o aparecimento de comorbilidades, preparar com tempo a opção por um tratamento substitutivo (…) facilitando a sua adaptação e minimizando os riscos associados”.

Edgar Almeida acrescenta que os fatores de risco “são múltiplos”, mas os mais comuns são a diabetes, hipertensão, tabagismo, obesidade e o sedentarismo.

Cansaço excessivo e dificuldade de concentração, inchaço, principalmente nos pés, tornozelos e mãos, aumento ou diminuição na frequência urinária, espuma na urina, hipertensão arterial, náuseas e vómitos, comichão, falta de apetite e perda de peso, cãibras e fraqueza muscular são sintomas que podem indicar a existência da doença.

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