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Direção executiva do SNS diz que grávida que perdeu bebé foi “avaliada de forma atempada”

LUSA
02-07-2025 17:56h

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde garantiu hoje que a grávida de 40 semanas que perdeu o bebé após o nascimento, depois de ter sido assistida em cinco hospitais, “terá sido avaliada de forma atempada”.

Em comunicado, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) explicou que em todos os hospitais onde foi observada, a grávida “terá sido avaliada de forma atempada por profissionais de saúde qualificados, submetida aos exames e avaliações considerados necessários, tendo recebido as orientações consideradas adequadas”.

A DE-SNS fez “uma avaliação preliminar do percurso assistencial” da mulher, sem divulgar detalhes “por respeito e em cumprimento das normas aplicáveis à confidencialidade clínica e à privacidade da utente”.

“Da análise efetuada, e sem prejuízo das auditorias internas em curso nas Unidades, apurou-se que, em todos os momentos, terá sido garantido o acesso aos cuidados de saúde dentro dos parâmetros assistenciais definidos para o atendimento, e que a utente terá sido devidamente referenciada para os serviços de urgência”, sustentou.

A DE-SNS afirmou que a resposta prestada é “congruente com os protocolos de referenciação e de acesso em vigor, tendo sido assegurada a continuidade assistencial ao longo de todo o percurso da utente no Serviço Nacional de Saúde”.

Endereçando sentidas condolências à família enlutada, DE-SNS acrescentou que já comunicou a conclusões ao Ministério da Saúde e à Ordem dos Médicos.

Na terça-feira, a ministra da Saúde disse, a propósito desta situação, que assume a responsabilidade resolvendo os problemas, e não demitindo-se.

Um dia antes, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou que vai acompanhar a avaliação dos cinco hospitais envolvidos na assistência prestada à grávida.

Em causa está o caso de uma mulher que terá sido atendida em cinco unidades hospitalares do SNS em 13 dias, referindo queixas de dores, tendo o parto sido realizado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, em Lisboa, em 22 junho, onde, “pouco tempo depois, a recém-nascida morreu”.

No domingo, o Correio da Manhã adiantou que em 10 de junho a mulher foi encaminhada pelo SNS24 para a urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Setúbal, onde terão garantido que o bebé se encontrava bem.

Seis dias depois, a grávida, de 37 anos, voltou a sentir dores e foi atendida no Hospital do Barreiro, no distrito de Setúbal, onde terá recebido indicação para ir para casa.

A grávida voltou a sentir-se mal, três dias depois, e deslocou-se ao Hospital Garcia de Orta, em Almada (Setúbal), onde não foi detetado qualquer problema.

Passadas 48 horas, a Linha SNS 24 terá encaminhado a mulher para o Hospital de Cascais, onde lhe terá sido dito não haver vaga para internamento.

Recusando regressar a casa, a mulher foi transportada de ambulância para a ULS Santa Maria, onde foi feita uma cesariana de emergência.

A recém-nascida nasceu com 4,5 quilogramas, com batimentos cardíacos fracos e sinais de sofrimento fetal. A bebé, apesar das manobras de reanimação, não resistiu.

Na segunda-feira, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou que vai acompanhar a avaliação dos cinco hospitais envolvidos na assistência prestada à grávida, acrescentando que as unidades hospitalares “estão a avaliar a situação, no âmbito das competências dos respetivos órgãos de gestão”.

A IGAS “acompanhará essa avaliação, até à sua conclusão, embora sem proceder à instauração de uma ação inspetiva”, refere a nota divulgada pela inspeção-geral, que disse ainda disponibilizar aos hospitais o apoio “necessário na realização das avaliações internas”.

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