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Cruz Vermelha de Cabo Verde prolonga campanha de combate à dengue

Lusa
04-02-2025 16:08h

A Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) prolongou até final de março a campanha de combate à epidemia de dengue que lançou em novembro no arquipélago, e alertou para a necessidade de evitar um segundo pico da doença.

O atraso no arranque das atividades e as eleições autárquicas comprometeram o calendário, de acordo com a atualização operacional publicada na internet, que alerta ainda para a falta de testes laboratoriais, entre outras lacunas.

“Há falta de testes laboratoriais no país e a Cruz Vermelha pretende adquirir alguns para ajudar as autoridades”, referiu a organização.

Segundo o documento, apesar dos esforços, “é essencial atender a várias necessidades essenciais na área da saúde para mitigar o impacto da dengue em Cabo Verde e evitar um segundo pico, nos próximos meses”.

As necessidades prioritárias incluem “o reforço das estratégias de prevenção e controlo” e “maior sensibilização para as medidas de prevenção e estratégias de resposta”.

Na vertente clínica, o atendimento em “áreas remotas e de difícil acesso continuam a ser bastante problemáticas”.

Por outro lado, “há falta de dados sobre a vigilância de mosquitos adultos e a falta de provas que permitam orientar a escolha das intervenções”.

Entre outros detalhes, a Cruz Vermelha sugere uma revisão dos inseticidas usados nas pulverizações, porque “foi observada resistência dos mosquitos (Aedes aegypti) a ambos os produtos” usados pelas autoridades (deltametrina e fludora).

A campanha recebeu um apoio 423 mil euros do Fundo de Resposta a Emergências e Desastres da Cruz Vermelha Internacional para apoiar 30 mil pessoas com ações de formação, trabalhos no terreno (limpeza, saneamento) e distribuição de 'kits' de prevenção da doença.

A epidemia de dengue em Cabo Verde eclodiu em novembro de 2023 e registou um pico na época das chuvas (entre julho e outubro de 2024), concentrada na Praia (capital), ilha de Santiago, e também na ilha do Fogo.

A doença espalhada por mosquitos é agravada pela acumulação de lixo e já causou 19.000 casos e oito mortes no arquipélago.

O surto anterior de dengue, em Cabo Verde, foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.

A dengue é uma doença curável, mas que requer atenção médica.

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte. 

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