A inflação em Macau desacelerou em novembro, pelo quarto mês consecutivo, e atingiu o valor mais baixo desde há mais de três anos, altura em que a região chinesa vivia em deflação, foi hoje anunciado.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau subiu 0,3% em novembro, em termos anuais, e recuou 0,01% em comparação com outubro, de acordo com dados oficiais divulgados pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
Em outubro o IPC tinha aumentado 0,33% em termos anuais.
A inflação registada no mês passada foi a mais leve desde junho de 2021, quando Macau pôs fim a um período de 10 meses consecutivos de deflação (queda anual nos preços no consumidor), no pico da crise económica causada pela pandemia.
A deflação reflete debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
Num comunicado, a DSEC justificou a desaceleração em novembro com uma queda de 3,9% no setor dos transportes.
Com a progressiva retoma das ligações aéreas, Macau registou uma diminuição de 21% no preço dos bilhetes de avião.
Os voos diretos regulares entre Macau e Xi'an, capital da província de Shaanxi, no noroeste da China, recomeçaram em 20 de agosto, pela primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19.
Além disso, o preço da gasolina e gasóleo para automóveis caiu 3% e o gasto com eletricidade diminuiu 1,5%.
Também foi registada uma queda de 5,4% no preço da carne de porco, a mais popular entre os consumidores chineses, de 4,3% no preço do peixe fresco e de 2,5% no preço da fruta.
Em sentido contrário, o custo das refeições adquiridas fora de casa subiu 1,6% e os gastos com rendas ou hipotecas dos apartamentos subiram 0,77% e 0,36%, respetivamente.
Isto depois da Assembleia Legislativa de Macau ter aprovado, em 18 de abril, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.
Os dados oficiais mostram ainda que os serviços de saúde ficaram 1,4% mais caros e o custo dos seguros subiu 2,5%.
Com o aumento do número de visitantes, a região registou um acréscimo de 24,4% no preço das joias, relógios e produtos feitos de ouro.
O IPC da China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, subiu 0,2% em novembro, em termos homólogos, a marca mais baixa desde junho, segundo dados oficiais, mantendo a segunda maior economia mundial no limiar da deflação.
A economia chinesa permanece à beira da deflação há mais de um ano, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de zero casos de covid-19, no início de 2023.