O Hezbollah reivindicou hoje ter lançado uma “salva de mísseis” contra uma base aérea israelita a sul de Telavive, mais de um mês após a eclosão de uma guerra aberta entre o movimento pró-iraniano e Israel.
Num comunicado no Telegram, o Hezbollah afirmou ter "alvejado a base aérea de Tel Nof, ao sul de Telavive […] com uma salva de mísseis".
A milícia xiita assegurou ainda que atacou, com "salvas" de projéteis "concentrações das tropas do Exército inimigo israelita" nos assentamentos de Miskav Am, Margaliot, Al Manara e Doviv, além da base militar em Karmiel.
Afirmou também que seus combatentes lançaram 'drones' contra uma "concentração" de soldados israelitas na localidade de Maroun al Ras, e visaram com mísseis, um deles teleguiado, uma base aérea e um transporte de tropas em Sari, ao noroeste de Kafr Kila, ambos no sul do Líbano.
Esse último ataque "provocou a destruição do transporte de tropas, matando e ferindo aqueles que se encontravam n seu interior", alegou a organização considerada terrorista por União Europeia, Estados Unidos e diversos países.
O Hezbollah assumiu anteriormente cinco ataques que tiveram como alvos "a base naval 'Stella Maris', no noroeste de Haifa", e "a base e o aeroporto de Ramat David", no sudeste dessa área, além de "concentrações de soldados inimigos" nas localidades de Adisa e Kafr Kila.
Por sua vez, as milícias pró-iranianas Resistência Islâmica no Iraque disseram em vários comunicados no Telegram ter atacado hoje em três ocasiões "um objetivo militar no norte dos territórios ocupados (Israel) com a aviação não tripulada".
Por seu lado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que durante a tarde aproximadamente 60 projéteis "disparados pela organização terrorista Hezbollah penetraram do Líbano em Israel", sem adiantar informações sobre danos ou vítimas.
"As IDF continuarão a defender o Estado de Israel e o seu povo contra a ameaça representada pela organização terrorista Hezbollah", referiram em comunicado.
A aviação israelita bombardeou hoje várias localidades do sul e do leste do Líbano, especialmente no vale do Bekaa, Sidon e Nabatieh, segundo a agência nacional de notícias libanesa, NNA.
Entretanto, as autoridades de saúde libanesas informaram hoje que, nas últimas 24 horas, os ataques das FDI causaram pelo menos 15 mortos e 69 feridos, principalmente no sul do Líbano.
Em particular, seis pessoas morreram e 45 outras ficaram feridas nesta zona, enquanto na província de Nebatié foram confirmados cinco mortos e 21 feridos. No Monte Líbano há registo de uma morte e três feridos, e na província de Beca de mais três feridos, segundo a mesma fonte.
O Ministério da Saúde Pública libanês elevou para 1.117 o número de mortos e 13.888 o de feridos dos ataques israelitas no país, especialmente no sul, contra as estruturas do Hezbollah, partido da milícia xiita, em resposta a ataques anteriores e ao seu apoio à causa palestiniana.
Entre o número total de vítimas mortais, as autoridades libanesas indicaram que 2.242 são homens, 617 são mulheres e 192 são menores. Entre os feridos, 10.831 são homens, 2.527 são mulheres e 1.260 são crianças.
Cerca de 180 profissionais de saúde também foram mortos e mais de 300 ficaram feridos.
Também segundo o Ministério da Saúde libanês, pelo menos três pessoas foram mortas e outras trinta feridas na noite de sexta-feira em ataques israelitas na cidade de Tiro, no sul do Líbano.
A agência oficial libanesa Ani indicou anteriormente que ataques aéreos israelitas tiveram como alvo três edifícios em Tiro, causando mortos e feridos, bem como "graves danos aos edifícios vizinhos e aos apartamentos residenciais".
Acrescentou ainda que os ataques aéreos não foram precedidos por apelos de evacuação do exército israelita.
A agência oficial libanesa Ani indicou mais cedo que ataques aéreos israelenses tinham como alvo três edifícios em Tiro, causando mortos e feridos, bem como "graves danos aos edifícios vizinhos e aos apartamentos residenciais".
As FDI informaram que atacaram em Tiro o quartel-general do partido-milícia xiita libanês Hezbollah, "organização terrorista que se apodera sistematicamente de espaços civis em todo o estado do Líbano e explora a infraestrutura civil com fins terroristas, ao mesmo tempo em que integra os seus comandantes no espaço civil".
Os bombardeamentos de Israel visam principalmente a periferia sul de Beirute e as cidades de Baalbeck (leste) e Tiro (sul), cujos sítios antigos estão classificados como patrimônio mundial da Unesco.
A ANI também relatou ataques aéreos israelitas hoje contra várias aldeias e cidades do sul do país, onde Israel conduz uma ofensiva terrestre há mais de um mês contra o Hezbollah.
Israel afirma querer neutralizar o movimento islâmico para permitir o retorno de 60.000 habitantes do norte de seu território deslocados pelos incessantes disparos de foguetes desde o início da guerra em Gaza.
O exército israelita desencadeou uma nova invasão do Líbano a 01 de outubro, após semanas de pesados bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação, na sequência de mais de 11 meses de combates com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O recrudescimento das hostilidades insere-se nos combates iniciados há mais de um ano, depois de o Hezbollah ter atacado o território israelita um dia após os ataques do Hamas, a 07 de outubro de 2023, que levaram Israel a desencadear uma ofensiva na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 43.400 pessoas.