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China investiga caso de camiões que transportavam óleo alimentar e combustíveis

Lusa
10-07-2024 10:46h

As autoridades chinesas afirmaram hoje estar a investigar o alegado transporte de óleo de soja de uma grande empresa estatal em camiões-cisterna utilizados para transportar também óleo de carvão e gasolina.

O caso foi inicialmente exposto pelo jornal Beijing News, que revelou que era um "segredo aberto" entre os camionistas que os camiões-cisterna não eram limpos entre os períodos em que transportavam óleos alimentares e produtos químicos.

Os veículos transportavam produtos da Sinograin, uma importante empresa estatal, bem como da China Energy Investment Corporation, uma das empresas de nível nacional diretamente supervisionadas pelo governo.

O Conselho de Estado da China (Executivo) disse hoje que está a formar um grupo de investigação com funcionários da Comissão de Segurança Alimentar, do Gabinete de Segurança Pública e de outros ministérios. "As empresas em infração e as pessoas responsáveis relevantes vão ser severamente punidas de acordo com a lei", afirmou o comunicado, citado pela televisão estatal CCTV.

A investigação do Beijing News seguiu um camião-cisterna da região noroeste de Ningxia, que transportava um tipo de hidrocarboneto que é convertido em combustível líquido. De Ningxia, o camião-cisterna viajou para o norte de Tianjin e depois encheu-se de óleo de soja da Sinograin, sem parar para se limpar.

Os produtos de hidrocarbonetos contêm componentes que podem provocar envenenamento, disse um perito citado no artigo do Beijing News.

O China Grain Reserves Group, nome formal da Sinograin, disse em comunicado no sábado que está a realizar uma auditoria após a informação ter vindo a público.

A investigação também seguiu outros camiões que surgiram transportando hidrocarbonetos de uma fábrica pertencente à China Energy Investment Corporation, que depois de descarregarem a primeira carga foram buscar óleos comestíveis a outras empresas.

A história, publicada na passada terça-feira, recebeu desde então uma atenção nacional generalizada, uma vez que grandes empresas estatais foram implicadas.

Em 2008, muitas famílias passaram a comprar leite em pó importado para bebés depois de se ter descoberto que uma marca chamada Sanlu continha melamina na sua fórmula, um químico que causava lesões renais e outros danos. A fórmula contaminada matou seis bebés.

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