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Plano de recuperação de aprendizagens apresentado nos próximos 15 dias

LUSA
05-07-2024 18:08h

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou hoje que vai ser apresentado, nos próximos 15 dias, um plano de recuperação de aprendizagens, para atuar sobre os efeitos “muito negativos” que a pandemia teve na educação.

“Nós vamos, em breve, anunciar um programa de recuperação das aprendizagens, precisamente porque sabemos que esses efeitos [da pandemia] são persistentes. Por isso, temos que atuar sobre eles e tentar recuperar o máximo das aprendizagens perdidas”, referiu.

À margem da inauguração da UC Factory Lab, uma unidade da Universidade de Coimbra que reproduz o ambiente de uma fábrica moderna, o governante informou que o plano de recuperação de aprendizagens para os ensinos básico e secundário será dado a conhecer “nos próximos 15 dias”.

De acordo com Fernando Alexandre, os resultados hoje conhecidos do estudo “As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a covid-19: Impacto na equidade”, promovido pelo Edulog, o 'think tank' para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, demonstram os “efeitos muito negativos” da pandemia na área da educação.

“Os resultados desse estudo mostram que esses efeitos se estão a sentir no ensino superior. Ou seja, os alunos que, em particular no ensino secundário, tiveram perdas de aprendizagem no período da pandemia, estão hoje a ser mais afetados pelo fenómeno do insucesso escolar”, sustentou.

O estudo hoje divulgado apontou que o número de estudantes no ensino superior aumentou durante a pandemia de covid-19 fruto das regras excecionais de acesso, mas foram “mais dos mesmos” e os grupos tradicionalmente excluídos continuaram de fora.

O mesmo estudo concluiu ainda que a maioria dos estudantes do ensino profissional não vê mais-valias em tirar cursos superiores e, no ano letivo 2021/2022, só 22% dos diplomados dessa via de ensino prosseguiu os estudos.

“A opção de seguir os estudos por uma via que não conduzirá necessariamente ao ensino superior e que, ao mesmo tempo, capacita os estudantes para entrarem no mercado de trabalho, é um sinal positivo”, considerou Fernando Alexandre.

No entender do governante, o facto de cerca de 80% dos alunos do ensino profissional não acederem ao ensino superior demonstra que “a sua empregabilidade no final do secundário é mais elevada”.

“Por isso, copo cheio, copo vazio: há aqui uma parte também de copo cheio, que é o facto de uma parte significativa não estar a aceder ao um ensino superior porque o ensino profissional capacita as pessoas para uma boa integração no mercado de trabalho”, concluiu.

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